ATA DA OCTOGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 27-9-2007.

 


Aos vinte e sete dias do mês de setembro do ano de dois mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Raul, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maristela Meneghetti e Newton Braga Rosa. Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, DJ Cassiá Gomes, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Neuza Canabarro, Nilo Santos e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Carlos Comassetto, o Pedido de Informação nº 166/07 (Processo nº 7448/07); pela Vereadora Clênia Maranhão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 205/07 (Processo nº 6880/07); pelo Vereador Elias Vidal, o Projeto de Lei do Legislativo nº 195/07 (Processo nº 6608/07); pela Vereadora Maria Luiza, o Projeto de Lei do Legislativo nº 154/07 (Processo nº 4794/07); pela Vereadora Maristela Maffei, o Projeto de Lei do Legislativo nº 173/07 (Processo nº 5321/07); pelo Vereador Mario Fraga, o Projeto de Lei do Legislativo nº 211/07 (Processo nº 7047/07); pelo Vereador Nereu D'Avila, os Projetos de Lei do Legislativo nos 161 e 187/07 (Processos nos 4887 e 6340/07, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 3337, 3399, 3691, 5418 e 11644/07, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Sexagésima Oitava, Sexagésima Nona, Septuagésima, Septuagésima Primeira, Septuagésima Segunda, Septuagésima Terceira e Septuagésima Quarta Sessões Ordinárias e da Vigésima Primeira Sessão Solene. Após, a Senhora Presidenta concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Terezinha Maciel, Coordenadora de Núcleo da Ação Comunitária Paroquial – ACOMPAR –, que discorreu sobre projetos desenvolvidos pela entidade hoje representada por Sua Senhoria, direcionados à promoção da qualidade de vida junto a comunidades carentes da região da Grande Santa Rosa, na Zona Norte de Porto Alegre. Quanto ao assunto, destacou os programas “Ação Rua” e “Adolescente Aprendiz”, que propõem a busca do resgate de vínculos familiares e a formação pessoal e profissional de jovens em situação de vulnerabilidade social. Também, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Adeli Sell, Claudio Sebenelo, Dr. Raul e João Carlos Nedel manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e trinta e seis minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e trinta e sete minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal, formulado pelo Vereador Marcelo Danéris, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão, iniciando-se o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a assinalar o transcurso do octogésimo aniversário do Auditório Araújo Vianna, nos termos do Requerimento nº 107/07 (Processo nº 6473/07), de autoria do Vereador Marcelo Danéris. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Marcelo Danéris registrou a ausência de representantes do Poder Executivo na homenagem ora realizada por esta Casa. Ainda, analisou o papel desempenhado pelo Auditório Araújo Vianna na história política e cultural de Porto Alegre, considerando como ato de cunho privatizante a licitação promovida pela Secretaria Municipal da Cultura para reforma e coordenação das atividades desenvolvidas nesse Auditório. A Vereadora Margarete Moraes, propugnando por medidas que garantam amplo acesso da população aos bens culturais, em especial no referente aos grupos mais vulneráveis, avaliou o significado da educação artística no processo de construção de uma sociedade justa e igualitária. Nesse sentido, posicionou-se contrariamente aos termos nos quais foi realizada licitação, pelo Governo Municipal, vencida pela empresa Opus Promoções, para reforma e exploração do Auditório Araújo Vianna. A Vereadora Clênia Maranhão contestou os pronunciamentos hoje formulados pelo Vereador Marcelo Danéris e pela Vereadora Margarete Moraes, de crítica à gestão do Governo Municipal no relativo à administração do Auditório Araújo Vianna. Também, afirmou que esse espaço foi abandonado durante o período em que o Partido dos Trabalhadores se encontrava na direção da Cidade e considerou positiva a licitação da Secretaria Municipal da Cultura, para reconstrução desse Auditório. O Vereador Guilherme Barbosa manifestou-se acerca da contradição nos dados apresentados pelo Governo Municipal, relativamente à construção de casas populares e ao número de participantes nas reuniões do Programa de Orçamento Participativo. Ainda, questionou a necessidade de substituição da cobertura do Auditório Araújo Vianna e a privatização da administração desse espaço cultural, alegando que o atual Governo não dialoga com setores políticos que se opõem à sua gestão. O Vereador Claudio Sebenelo referiu-se à época em que o Auditório Araújo Vianna estava localizado nas imediações da Praça da Matriz, lembrando apresentação lá realizada, dos Meninos Cantores de Viena. Ainda, afirmou que o Auditório Araújo Vianna é tombado pelo patrimônio público e, portanto, não pode ser vendido e que a privatização dos serviços de organização desse espaço foi vencida por uma empresa porto-alegrense, que tem todas as condições para fazer as manutenções exigidas no local. O Vereador Luiz Braz, parabenizando o transcurso dos oitenta anos de existência do Auditório Araújo Vianna, enfatizou que lá, muitas vezes, foi realizado o evento “Show do Quilo”, patrocinado por Sua Excelência. Também, reportou-se à possibilidade de acidentes, caso a cobertura de lona desse Auditório não seja substituída, e elogiou a empresa Opus Promoções, pela competência profissional, justificando que essa empresa poderá proporcionar melhores condições para uso do Auditório Araújo Vianna. O Vereador João Antonio Dib comentou fatos da história do Auditório Araújo Vianna, citando a época em que esse espaço cultural encontrava-se localizado na área onde hoje está a Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. Ainda, apoiou iniciativa do Governo Municipal, de formalização de parceria com a empresa Opus Promoções, declarando que essa medida viabilizará a reconstrução dessa sala de espetáculos e sua efetiva utilização pela comunidade artística de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Neuza Canabarro recordou o processo de recuperação do Auditório Araújo Vianna, promovido por Sua Excelência, quando Secretária Municipal de Educação e Cultura, ressalvando que aquela obra, efetuada pela iniciativa privada, não foi realizada segundo o planejamento dos técnicos da Prefeitura. Nesse sentido, asseverou que a cobertura instalada nessa sala de espetáculos pelo Governo Municipal do PT não tinha a qualidade devida. O Vereador Marcelo Danéris mostrou-se contrário à forma como será realizada a reforma do Auditório Araújo Vianna, argumentando que a exploração desse local pela empresa Opus Promoções acarretará a elitização desse espaço. Também, reiterou sua posição contrária à cobertura do Auditório Araújo Vianna, afirmando que, na época em que o PT governava a Cidade, foram feitos os reparos necessários nessa sala. Finalizando, informou que Sua Excelência protocolará proposição criando a Fundação Auditório Araújo Vianna. O Vereador Luiz Braz, criticando o que Sua Excelência considera comportamento hostil, demonstrado por alguns Vereadores em relação ao comparecimento de autoridades municipais neste Plenário, discorreu acerca da necessidade de reformas na cobertura do Auditório Araújo Vianna. Nesse sentido, defendeu a participação da empresa Opus Promoções na administração e manutenção dessa sala de espetáculos, afirmando que as parcerias privadas também estão presentes em ações do Governo Federal. O Vereador DJ Cassiá Gomes defendeu a disponibilização de mais opções culturais para a população de baixa renda de Porto Alegre, sugerindo a construção, nas comunidades da periferia da Cidade, de espaços similares ao Auditório Araújo Vianna. Nesse sentido, relatando ato de solidariedade por parte de jovem integrante do Projeto Domingo Alegre, desenvolvido por Sua Excelência junto a crianças e adolescentes carentes, atentou para a necessidade de investimentos na educação e na cultura. A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria da Vereadora Margarete Moraes, solicitando a criação de Comissão Externa para visitar e auxiliar as comunidades das ilhas de Porto Alegre, que enfrentam dificuldades causadas pelas chuvas na região. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador João Carlos Nedel, refutando críticas à parceria com a iniciativa privada para recuperação do Auditório Araújo Vianna, sustentou que esse convênio proporcionará a reativação dessa sala, sem custos públicos. Também, comemorou a aprovação por esta Casa, ontem, do Projeto de Lei do Executivo que cria a Secretaria Municipal de Turismo, mencionando o 1º Fórum da Igreja Católica e o Acampamento Farroupilha como eventos que podem atrair turistas a Porto Alegre. O Vereador José Ismael Heinen referiu-se às contradições entre o discurso produzido por Partidos que defendem a democracia mas, por outro lado, têm simpatia por regimes políticos que, segundo Sua Excelência, desrespeitam o povo e as instituições. Ainda, contestou o Governo Federal pelo que considera excesso de tributos no País, citando como exemplo a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira – CPMF. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Haroldo de Souza elogiou acordo firmado entre clubes de futebol e a Brigada Militar, a qual receberá uma viatura equipada para realizar o policiamento das partidas de futebol até o final deste ano. Também, discorreu acerca do efeito dos atos do Senador Renan Calheiros à reputação do Partido do Movimento Democrático Brasileiro e mostrou-se favorável ao retorno do Prefeito Municipal José Fogaça ao PMDB. A seguir, a Senhora Presidenta informou que, em reunião da Mesa Diretora com o Prefeito José Fogaça e os Secretários Municipais José Fortunati, Clóvis Magalhães e Cézar Busatto, foi decidido que o Executivo Municipal encaminhará a esta Casa, até o dia cinco de outubro do corrente, Mensagem Retificativa ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 008/07, que dispõe sobre o desenvolvimento urbano do Município e institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre – PDDUA –, declarando que a tramitação desse Projeto será suspensa até essa data. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 004/07, discutido pelo Vereador João Antonio Dib, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nos 020/07, discutidos pelos Vereadores Guilherme Barbosa, João Antonio Dib, Márcio Bins Ely e Claudio Sebenelo, e 023/07, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Márcio Bins Ely, os Projetos de Lei do Legislativo nos 125/07, discutido pelos Vereadores Guilherme Barbosa, João Antonio Dib e Márcio Bins Ely, e 186/07, discutido pelo Vereador João Antonio Dib; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei Complementar do Executivo nos 009 e 010/07, o Projeto de Lei do Legislativo nº 128/07, discutido pelos Vereadores Márcio Bins Ely e Newton Braga Rosa. Em continuidade, o Vereador João Antonio Dib manifestou-se acerca do tempo de duração da verificação de quórum para ingresso na Ordem do Dia da presente Sessão. Às dezessete horas e um minuto, constatada a inexistência de quórum para ingresso na Ordem do Dia, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelas Vereadoras Maria Celeste e Maristela Meneghetti e secretariados pelos Vereadores Alceu Brasinha e João Carlos Nedel. Do que eu, Alceu Brasinha, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pela Senhora Presidenta.

 

 


A SRA. PRESIDENTE (Maristela Meneghetti): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

A Srª Terezinha Maciel, Coordenadora de Núcleo, representando a Ação Comunitária Paroquial, a Acompar, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos, para tratar de assunto relativo ao trabalho desenvolvido pela Instituição. Seja bem-vinda.

 

A SRA. TEREZINHA MACIEL: Verª Maristela Meneghetti, na presidência dos trabalhos, Srs. Vereadores presentes, agradeço o espaço cedido por esta Casa. A Acompar - Ação Comunitária Paroquial - é uma instituição que atua na região da Grande Santa Rosa, Zona Norte de Porto Alegre, e tem como missão construir, em conjunto com a comunidade, alternativas para superar a situação de vulnerabilidade social vivida por grande parte dessa população. Na época de sua fundação, sua atividade principal era voltada para a área de saúde. Paralelo a isso, constatou-se a necessidade de atendimento às crianças, para que seus pais pudessem trabalhar. A comunidade foi crescendo, o número de crianças foi aumentando, e a atuação da Acompar também se adequou a esse crescimento.

Após o advento do Estatuto da Criança e do Adolescente, em 1990, passamos por muitas mudanças que geraram um reordenamento institucional, transformando a nossa concepção de criança e de sujeito. A nossa ação deixou de ser assistencialista, e passamos, então, a ter um olhar diferente, mais crítico e desafiador, buscando agir em defesa da autonomia, de forma a provocar mudanças em nossas atitudes e da população que atendemos.

Atualmente, a Acompar possui quatro núcleos, todos localizados na mesma comunidade. Nosso trabalho é viabilizado através de convênios e parcerias com órgãos governamentais, demais entidades e empresas parceiras na localidade, comprometidas com a promoção da qualidade de vida em nossa comunidade. Desenvolvemos programas na área de educação infantil, SASE, trabalho educativo, o Programa Ação Rua, que abrange as Regiões Norte e Noroeste, e o Programa Adolescente Aprendiz, com jovens inseridos no Banco do Brasil e na Embratel, totalizando um atendimento direto a quinhentos adolescentes e crianças. Esse trabalho é direcionado à formação pessoal, com resgate de vínculos familiares, para isso contamos com profissionais das áreas de Psicologia, Assistência Social e estagiários de Psicologia, atendendo aproximadamente quatrocentas famílias da comunidade.

O Núcleo IV - Desenvolvimento Comunitário - atende aproximadamente cem jovens e adolescentes. No trabalho educativo sem geração de renda, os adolescentes de 14 a 18 anos desenvolvem atividades práticas, com módulos específicos de serigrafia, embelezamento pessoal e formação integral, em uma perspectiva de construção e fortalecimento da auto-estima, procurando desenvolver uma consciência crítica e a promoção de seus direitos, enquanto cidadãos, promovendo, assim, o protagonismo juvenil.

O Programa Adolescente Aprendiz, durante este ano, está desenvolvendo dois projetos: um voltado para o trabalho formal, com a montagem de um portfolio, em que toda essa questão do mundo do trabalho é avaliada e discutida, como responsabilidade social, ética, todas essas atividades; o outro é voltado para o trabalho informal, sobre gestão e economia solidária, com a construção de uma cooperativa fictícia, com pesquisas, debates, visitas e a elaboração de todo esse processo. Esses dois trabalhos estarão sendo apresentados para a comunidade em um seminário preparado por eles, a ser realizado no dia 27 de novembro. Estão todos convidados a fazer parte desse evento.

A Acompar entende que atender às crianças é fundamental e que desenvolver um trabalho com os adolescentes não tem preço. No entanto, entendemos que precisamos responder às novas necessidades e exigências impostas, principalmente no que diz respeito às desigualdades sociais. E a nossa comunidade, que é considerada uma das mais violentas da região, tem um grande número de famílias em situação de vulnerabilidade social, pessoas que, por diversos fatores, não conseguem exercer seus direitos enquanto cidadãs, sendo excluídas das mais diversas formas, não tendo, na maioria das vezes, suas necessidades básicas garantidas.

Atentos a essas transformações, estamos buscando estratégias, inclusive em nosso planejamento estratégico, para os cinco anos seguintes, em que um dos eixos principais é o desenvolvimento comunitário na área de geração de renda. Estamos buscando estratégias que possam mudar essa realidade, desenvolvendo projetos sociais que venham melhorar as condições de vida nessa região, procurando promover o desenvolvimento local, através de cursos de formação e qualificação para o trabalho formal e informal, pois entendemos que o resgate da dignidade e auto-estima está diretamente ligado à sustentabilidade econômica dessas famílias.

Gostaríamos de contar com a participação de todos que, de uma forma ou de outra, podem nos auxiliar para que essa tarefa difícil, mas não impossível, venha a ser realizada, para que possamos, juntos, fazer a diferença de construir outras realidades com mais justiça e igualdade social. Gostaríamos, também, de convidar todos para conhecerem a instituição e para os eventos a serem realizados no mês de outubro. Teremos o Chá da Primavera no dia 21, com o lançamento de um livro com relatos de adolescentes que passaram pelo programa Adolescente Aprendiz; teremos, no dia 28, uma atividade que é uma mobilização na Praça Wilmar Berteli, onde haverá atividades lúdicas, com trabalhos desenvolvidos pelos adolescentes; e, no dia 31 de outubro, teremos a Caminhada pela Paz.

Agradeço a todos. Sintam-se todos convidados a comparecerem na instituição para conhecer o nosso trabalho. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Srª Terezinha. Eu a convido para integrar a Mesa, ao meu lado.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ADELI SELL: Verª Maristela Meneghetti, minha cara Terezinha, representantes da Acompar que estão aqui presentes, colegas Vereadores e Vereadoras, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores - Ver. Guilherme Barbosa, Ver. Marcelo Danéris, Verª Margarete Moraes e Ver. Todeschini aqui presentes -, quero louvar o trabalho comunitário, social, integrado, de profunda inclusão social que a entidade está fazendo ao longo de todos os anos, e temos, como já foi dito, as profundas dificuldades da Região Norte sendo enfrentadas com um trabalho de solidariedade entre as pessoas, com essa dedicação profunda que vocês têm com as pessoas mais carentes. Quero dizer, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, que somos não apenas solidários, mas queremos ser convocados para todas as ações às quais pudermos nos somar à Acompar, para que continue, por longos e longos anos, esse trabalho de integração e inclusão social. Parabéns, vamos em frente, contem com todos nós. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, Srª Terezinha, o trabalho desenvolvido pela Acompar toca no nervo mais dolorido da sociedade, que é a questão do adolescente, do preconceito com o adolescente e, mais do que isso, do despreparo do adolescente para assumir cargos na sua vida profissional. Hoje, na Grande Porto Alegre, temos 271 mil pessoas desempregadas. Desse conjunto, um percentual significativo de jovens que não teve o seu primeiro emprego, outros já tiveram e perderam; por fim, a grande maioria deles está ainda sem formação não só intelectual, mas também profissional. E a questão profissional está muito ligada à questão de treinamento. E é com isso que nos preocupamos. Vemos, assim, que esse trabalho maravilhoso feito pela Acompar pode contar, tenho certeza, com cem por cento da Câmara Municipal, que está extremamente motivada e preocupada, porque esse é um dos temas mais debatidos nesta Casa, especialmente quanto à questão de desenvolvimento.

Quando o desenvolvimento não se dá, não se abrem oportunidades de trabalho para esses jovens; e, por novas exigências, por um aumento do nível de exigências, em qualidade, em quantidade e principalmente excluindo do trabalho, até por uma tecnologia que muitas vezes também é fator de exclusão, nós temos os nossos jovens com muito poucas chances, ou nenhuma, especialmente no primeiro emprego. Então eu quero lhe dar os parabéns por esse trabalho e dizer que não adianta só falar da nossa solidariedade, é mais do que isso, é a nossa disposição de ajudar a resolver um problema tão grave como esse na nossa sociedade. Muito obrigado pela sua presença.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Claudio Sebenelo.

O Ver. Dr. Raul está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. DR. RAUL: Exma Srª Verª Maristela Meneghetti, na presidência; Srª Terezinha Maciel, Coordenadora de Núcleo da Acompar, a Associação Comunitária Paroquial: é muito importante que a gente tenha esse envolvimento social de pessoas como vocês, que têm essa visão e esse entendimento da necessidade de as pessoas serem realmente incluídas, desde a creche até o adolescente. Sobre essa questão nós também temos o entendimento da grande importância - e falo em nome da Bancada do PMDB, dos Vereadores Bernardino Vendruscolo, Sebastião Melo e Haroldo de Souza - que é a integração com a iniciativa privada. Eu sei que vocês têm essa integração também, que eu acho muito importante, porque é através da união dos esforços da comunidade com a iniciativa privada que se consegue muita coisa que muitas vezes o Poder Público não alcança. Então, eu queria deixar o nosso apoio, a nossa solidariedade, enfim, dizer que as portas da Bancada do PMDB estão sempre abertas e de toda esta Casa também para um trabalho da grandiosidade do que vocês lá realizam. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Dr. Raul.

O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Eu queria, em nome da Bancada do Partido Progressista, composta por este Vereador e pelos Vereadores João Dib e Newton Braga Rosa, dar as boas-vindas à Dona Terezinha, cumprimento-a pelo trabalho social que vem fazendo naquela região da Grande Santa Rosa. É muito importante esse trabalho social, é extremamente importante. No entanto, eu gostaria de lamentar, porque ainda está pendente o assunto com a Paróquia Santa Rosa de Lima. Eu fico muito triste, porque na comunidade há essas diferenças; e poderiam se unir e ampliar o trabalho social e de atendimento às comunidades carentes. Eu gostaria e faço votos de que haja um entendimento e de que seja solucionado esse assunto que tanto tem preocupado a comunidade católica, e isso irá ajudar. Num tempo de Fórum da Igreja Católica, acho que os católicos têm de se unir mais profundamente e realizar, juntos, grandes trabalhos sociais como a Acompar vem realizando. Receba os cumprimentos pelo seu trabalho. Só faço este apelo: que cada um dê um passo em direção ao bom entendimento. Meus parabéns!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Não havendo mais Bancadas inscritas, eu agradeço a presença da Srª Terezinha, que representa a Ação Comunitária Paroquial. Colocamos a Câmara Municipal sempre à disposição para atender às demandas da nossa comunidade em tudo aquilo que seja possível. Muito obrigada.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h36min.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti – às 14h37min): Estão reabertos os trabalhos.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS (Requerimento): Srª Presidenta, solicito a inversão da ordem dos trabalhos, começaríamos pelo período de Comunicações, com a homenagem aos 80 anos do Auditório Araújo Vianna, e depois passaríamos ao Grande Expediente. Conversei com os dois Vereadores inscritos no Grande Expediente, e eles concordaram. Obrigado.

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Havendo a concordância dos Vereadores inscritos, coloco em votação o Requerimento de autoria do Ver. Marcelo Danéris. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Hoje este período é destinado a assinalar o transcurso do 80º aniversário do Auditório Araújo Vianna, nos termos do Requerimento nº 107/07, de autoria do Ver. Marcelo Danéris, conforme Processo nº 6473/07.

O Ver. Marcelo Danéris, proponente desta homenagem, está com a palavra.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Srª Verª Maristela Meneghetti, na presidência dos trabalhos hoje à tarde, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos acompanha aqui e público que nos acompanha pela TVCâmara, faço o primeiro registro: como todos podem perceber, não estou cumprimentando nenhum representante da Secretaria Municipal de Cultura ou do Auditório Araújo Vianna neste que é o transcurso dos seus 80 anos, que se completam neste ano, porque a Secretaria Municipal de Cultura e o Governo Fogaça não mandaram nenhum representante à Câmara de Vereadores para esta homenagem aos 80 anos do Auditório Araújo Vianna.

O Auditório Araújo Vianna foi fundado em 1927, ocupava o espaço em que hoje está a Assembléia Legislativa, e, depois, com a construção da própria Assembléia, ele foi transferido para o Parque Farroupilha; completa, no ano de 2007, 80 anos de existência. É um equipamento público, cultural, social do povo de Porto Alegre, da nossa população, um espaço conquistado pela cidadania de Porto Alegre e que faz parte da nossa história. Fez parte, especialmente e simbolicamente, nos anos 60 e 70, Verª Margarete Moraes, como um espaço de resistência à ditadura militar. Ali nós vimos muitos artistas gaúchos começarem seus trabalhos; ali nós vimos o movimento estudantil; ali nós vimos surgir Partidos políticos; ali nós vimos encontros religiosos; ali é um espaço público dentro de um Parque que pertence à Cidade e ao Estado do Rio Grande do Sul, faz parte efetiva da história e da construção da cidadania desta Cidade.

É por isso que nós queremos comemorar os 80 anos do Auditório Araújo Vianna, e, infelizmente, hoje completam dois anos e dez meses do seu abandono pela atual gestão, a Governança Fogaça, que conseguiu trazer como proposta para o Auditório Araújo Vianna a sua privatização, que eu chamo de uma privatização branca. E é por isto - quem nos ouve pela TVCâmara e quem nos ouve aqui - que a Prefeitura de Porto Alegre não mandou ninguém hoje aqui: porque não tem coragem de defender a sua própria proposta, porque tem vergonha de se apresentar frente à população de Porto Alegre e dizer que, sim, está privatizando o Auditório Vianna. O edital aberto foi vencido pela Opus Promoções, um edital que garante dez anos de exploração do espaço do Auditório Araújo Vianna, com 75% dos dias do ano para a vencedora. A empresa tem um ano e oito meses para concluir a obra, podendo captar recursos de terceiros - e a Prefeitura poderia captar recursos de terceiros e colocar lá - e não precisará devolver esses recursos, nem as benfeitorias feitas lá. A vencedora dessa licitação, depois de dez anos, pode levar todo o equipamento de luz, som e cadeiras do Auditório Araújo Vianna. Tudo isso está no edital! Ela pode explorar o espaço de restaurantes, café e lojas dentro do Auditório Araújo Vianna, pode cercar o Auditório com barras de concreto, barras de ferro, cadeados, portões e o que mais achar conveniente. Esse é o edital draconiano que privatiza esse espaço público, que era da cidadania de Porto Alegre, infelizmente feito na gestão de um Prefeito que era um compositor, que era um músico muito ligado à história de Porto Alegre. Eu digo que ele trai a confiança de todos aqueles que votaram nele para proteger o patrimônio público, em especial os espaços públicos de cultura.

Pois é essa vergonha que não permite que a Secretaria Municipal de Cultura mande um representante à Casa, para ouvir a crítica. Democraticamente, é óbvio que eu faria uma crítica à privatização. É óbvio, Ver. Luiz Braz. E ouviria o contraponto do Secretário com o maior respeito e de forma democrática, apesar de termos pontos de vista completamente diferentes. Mas nem isso aconteceu, nem a capacidade de ouvir, nem a capacidade de dialogar, nem a capacidade de democraticamente debater uma visão de cidade, uma visão de gestão pública. Porque esta gestão pública que quer entregar os Portais da Cidade à iniciativa privada, que quer entregar o camelódromo à iniciativa privada, que quer entregar linhas da Carris à iniciativa privada, que quer entregar o Auditório Araújo Vianna à iniciativa privada, essa gestão tem vergonha de vir à Câmara e defender sua própria proposta, de pé, discutindo democraticamente.

Nós, aqui, queremos comemorar os 80 anos e dizer que estamos lutando na defesa de que esse equipamento público, de que esse espaço público continue público e não privatizado. Que o Auditório Araújo Vianna continue sendo da cidadania e da história da cidade de Porto Alegre. Parabéns, Auditório Araújo Vianna, parabéns pelos seus 80 anos, parabéns ao povo de Porto Alegre! E vamos continuar lutando, como estamos lutando na Justiça, para mantê-lo público e de Porto Alegre!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Marcelo Danéris.

A Verª Margarete Moraes está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Adeli Sell.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Querida Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; em primeiro lugar, quero agradecer esta cedência de tempo do companheiro Ver. Adeli Sell, Líder da nossa Bancada. E depois eu quero, com muita sinceridade, cumprimentar o companheiro Ver. Marcelo Danéris por sua postura ética, por sua capacidade de iniciativa, por seu talento e, sobretudo, por sua responsabilidade para com o interesse público. E aqui eu quero citar, Ver. João Antonio Dib, uma fala de um ex-Vereador, hoje Deputado Ibsen Pinheiro. Um dia após renunciar, ele conversou comigo na Rádio Pampa e disse que o que mais admirava na Bancada do Partido dos Trabalhadores era a sua postura intransigente de defesa da coisa pública; que nós tínhamos uma postura aguerrida, sempre com uma postura republicana de considerar que a Cidade, que o Legislativo, que o Executivo devem defender o poder para todos e para todas, sobretudo aquilo que é público.

Também nada é mais público do que os equipamentos culturais da nossa Cidade, cujos gestores, há 80 anos, reconheceram a necessidade de um equipamento público que fosse capaz de abrigar as óperas, a música erudita em Porto Alegre, e o Auditório estava situado onde é a Assembléia Legislativa de nossa Cidade. Quando o jornalista Cândido Norberto era Presidente da Assembléia, o Auditório foi transferido. Hoje é um equipamento do Parque, mais ou menos como a Ospa, que se pretende colocar aqui. Quero também cumprimentar os arquitetos, o Moojen e o Fayet, que fizeram um desenho que combinava com o entorno daquela paisagem.

Eu tenho a certeza de que arte, cultura e música não são superficialidades, são atividades simbólicas, e todas as pessoas merecem acesso a esses bens da humanidade, independente da classe social, da cor da pele, da cor dos olhos, do local de moradia. Todas as pessoas devem ter acesso aos meios de produção da arte e da cultura, acesso à produção, à criação, à difusão, à crítica e à reflexão. Todas as pessoas merecem acesso ao universo das artes, e o Auditório Araújo Vianna tem história, tem memória, tem muita coisa para nos ensinar, para contar, tem espaço físico. Nós lembramos, por exemplo, da Ópera Aída, da Sala Radamés Gnatalli, da Elis Regina lá se apresentando, de Nei Lisboa, Edu Lobo e o Festival de Música, que acontecia em toda a Cidade. Nas regiões do Orçamento Participativo havia um concurso, Ver. DJ Cássia: bastava a pessoa ter uma música inédita com a letra em português, bastava se registrar naquela região, que ela poderia concorrer, e daí saíram muitos CDs; muitas bandas, muitos conjuntos de música passaram a existir a partir dessa oportunidade, e lá se apresentaram.

Então o Auditório Araújo Vianna é o equipamento público muito amado e muito querido pela população de Porto Alegre, Ver. Marcelo Danéris - um grande abraço. Se a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, que é responsável por esse espaço, não vem aqui porque tem vergonha da sua postura de entregar o Auditório Araújo para a iniciativa privada, os cidadãos e cidadãs vêm. Quero citar e agradecer a presença do Roberto Jakubaszko, do Conselho de Usuários do Parque Farroupilha, agradecemos a sua força, receba o nosso respeito, meu, do Marcelo e de toda a Bancada do PT; do Felisberto Luisi, há tanto tempo batalhador pela cidadania de Porto Alegre, do Conselho do Orçamento Participativo; do Dilmair dos Santos, Coordenador da Temática da Cultura da nossa Cidade. São pessoas que, voluntariamente, participam de fóruns, de conferências, de audiências, sempre em função da cultura e da arte popular com acesso a todos que vêm aqui nos prestigiar.

E, mais uma vez, neste curto espaço de tempo, quero lamentar essa postura que parece de quem não tem gosto, de quem não tem amor pelo que faz, não tem amor pela Cidade.

Queremos também cumprimentar e parabenizar o nosso querido Ver. Marcelo Danéris, porque este também é um momento simbólico de registro, de registro do abandono do Auditório Araújo Vianna. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Verª Margarete Moraes.

A Verª Clênia Maranhão está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Alceu Brasinha.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidenta, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, primeiro quero agradecer o espaço que me foi cedido, via Ver. DJ Cássia, que era o tempo destinado ao Ver. Brasinha; muito obrigada. Depois, quero agradecer a presença dos militantes da Cultura de Porto Alegre, agradecer também a possibilidade de poder discutir cultura, não discutir partidarismos, não discutir processo pré-eleitoral, mas discutir a cultura da Cidade, discutir a cultura da Cidade com os Vereadores que têm dedicado a sua vida a esta Casa e a este Município.

Realmente, quem está fora de Porto Alegre não sabe o que está acontecendo, Ver. Luiz Braz, não tem idéia do que está acontecendo com esta Cidade, democratizada, que tem uma Prefeitura que respeita as suas decisões, porque respeita as decisões do Orçamento Participativo! É uma Prefeitura que privilegia, que respeita a temática da cultura, e não é por acaso que exatamente 2007 foi o ano, em toda a história do Orçamento Participativo, que teve a maior plenária temática da cultura da história do Orçamento Participativo desta Cidade! Isso não é por acaso; isso, evidentemente, é porque a Prefeitura de Porto Alegre compreende o significado da cultura. E não poderia ser diferente, porque tem um Prefeito Municipal da área da cultura; porque tem o Secretário Sérgius Gonzaga, que tem a sua história e a sua cultura dedicadas a Porto Alegre, assim como sua Secretária-Adjunta, Ana Fagundes. Essas pessoas dedicaram a sua vida, Verª Margarete Moraes - V. Exª pode não gostar disso, mas é uma verdade -, e o povo de Porto Alegre sabe, o povo de Porto Alegre respeita.

É muito importante também falar dos 80 anos do Auditório Araújo Vianna, um dos mais importantes e simbólicos equipamentos culturais desta Cidade. Talvez todas as Vereadoras e os Vereadores não saibam que a idéia de criar o Auditório Araújo Vianna surgiu em Porto Alegre no ano de 1920. Como é importante, Ver. Sebenelo, a gente conhecer essa história para que se recupere o aporte cultural desta Cidade, a história formada pelo povo composto por diversas etnias que formaram Porto Alegre. Essa idéia do Araújo Vianna surge, inclusive, inspirada num equipamento alemão que agregava um auditório à concha acústica, e esse equipamento é inaugurado naquele espaço exatamente em 12 de março de 1964. O Auditório Araújo Vianna, na década de 70, foi palco de grandes, significativos, importantes e qualificados shows da Música Popular Brasileira. Já na década de 80, ele foi perdendo sua capacidade por questões financeiras, por subestimação do seu potencial, do seu significado.

Eu queria dizer às Sras Vereadores e aos Srs. Vereadores, aos militantes da Cultura que estão acompanhando este debate - eles sabem disso - que, desde o ano de 2002, quando o PT administrava a Prefeitura de Porto Alegre, e ficou lá por 16 anos, houve dois laudos da SMOV, um órgão da Prefeitura. Eu tenho a cópia dos laudos. Mostro, Vereadora, V. Exª já foi Secretária, portanto deveria saber. O primeiro laudo não aponta isso, mas o segundo laudo da SMOV, no ano de 2002, apontava risco de segurança daquele equipamento, tal foi o abandono que aquela gestão fez em relação ao Auditório Araújo Vianna. A cobertura colocada lá por um arquiteto logo depois caiu e é um dos exemplos porto-alegrenses de desperdício do dinheiro público! Botaram um teto que caiu no primeiro vendaval! Pagaram milhões por esse teto! Nós pagamos com o nosso dinheiro, com o dinheiro do contribuinte, que paga os nossos impostos neste Município! Em 2002, 2003, 2004, o equipamento não era nem público, nem privado, era abandonado! Era dos cupins, dos alagamentos, porque ele estava abandonado! Em 2005, quando assumimos a Prefeitura de Porto Alegre, preocupados em devolver aos porto-alegrenses esse equipamento, foi que, seguindo a orientação do Ministério Público, começamos, a partir de uma interdição, o processo de recuperação, de restauração e de devolução desse equipamento à comunidade.

É evidente que, neste momento, ele está fechado, não por culpa nossa, mas por essa herança de descaso que nós recebemos. E também queríamos lembrar que, exatamente, como ele ficou muito deteriorado, o orçamento necessário para fazer todas as reformas, inclusive a cobertura acústica, é de 7 milhões de reais! Isso é três vezes mais que o orçamento da Secretaria Municipal de Cultura para a preservação dos prédios! Mas nós não ficamos calados, não ficamos chorando, não ficamos botando culpa no Governo passado, que, efetivamente, teve! Nós fomos à luta, desenvolvemos o nosso sistema de Parceria Público-Privada, desenvolvemos o processo de Governança Solidária, nós resgatamos o serviço de parceria e estamos trabalhando conjuntamente com a sociedade porto-alegrense para devolver à Cidade esse equipamento fundamental.

E já concluo dizendo, Srª Presidente, que a mentira às vezes é repetida tantas vezes na tentativa de virar verdade. Isso é meio velho, meio usado, todo mundo já sabe. Então, só para concluir: o nosso Projeto, da Prefeitura de Porto Alegre, do Governo José Fogaça, prevê 91 dias por ano - é só ler o edital, quem não tiver preguiça de ler, pode ler -, que estão destinados à área pública da Cultura. Sabem quanto era no Governo passado? Três vezes menos! Portanto, estamos fazendo com que o Araújo Vianna seja três vezes mais público do que ele era no Governo passado! Quem ama esta Cidade, devia ficar feliz com isso; quem não coloca os seus interesses partidários mesquinhos, eleitoreiros acima dos interesses de Porto Alegre fica efetivamente feliz com esse avanço.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Verª Clênia Maranhão.

 

O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Aldacir Oliboni.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu tenho os números, Verª Clênia, da presença das pessoas nas plenárias do OP da Cultura. Em 2004, Ver. Clênia, foram 1.068 pessoas na plenária do OP da Cultura; em 2007, foram 876. Não sei de onde V. Exª tirou que foi a maior; aliás, a atual Administração joga números e números assim, eu já mostrei aqui a questão da Habitação, eles conseguiram produzir no ar mais de 1.200 casas populares, no ar, somando os dados do próprio DEMHAB.

Com relação ao Araújo Vianna, eu quero dizer, inclusive como engenheiro, que ele é um projeto muito bonito, dos arquitetos aqui já referidos, o Moojen e o Fayet, dois grandes arquitetos da nossa Cidade, com vários projetos bonitos e importantes. O Araújo Vianna, apesar de ser um equipamento grande, uma grande edificação, na sua parte principal, ele não choca, visualmente falando, o ambiente. Tinha uma acústica fabulosa, em qualquer local que se estivesse se conseguia ouvir muito bem as manifestações culturais. Então, é um projeto muito importante.

Mas é evidente que ele tinha um problema - entre aspas - por ser descoberto. E, a partir daí, começou todo um movimento para que ele fosse coberto, para poder se aproveitar o espaço também nos momentos de chuva, nos momentos do inverno e de grande frio. E quem se procurou? A Prefeitura procurou exatamente os autores do projeto original, que têm inclusive os direitos autorais de fazer modificações, é de lei. Muito bem, os autores do projeto original fizeram a proposta de uma cobertura em lona, que, segundo eles, se adequava ao projeto da parte inferior. E foi colocada a lona, que nunca caiu, eu também não sei de onde a Verª Clênia... Este Governo não conversa, as pessoas não conversam entre si! Nunca caiu a cobertura; houve um problema, sim, logo no início, de uma grande chuvarada, quando uma parte da lona baixou, mas foi corrigido imediatamente depois, com o aumento da tensão nos vários cabos que percorriam a sua superfície. Nunca caiu! E sabia-se, desde o início, que a lona tinha um tempo de vida útil determinado. Eu quero confessar, e era no meu período, a gente não consegue ter todas as informações, eu quero pedir à Verª Clênia, porque o Ver. Maurício, por exemplo, nunca me atendeu ao telefone, e se diz que é uma Administração democrática. Este Vereador atendeu a todos que o procuraram; gostaria, então, de receber da Verª Clênia cópia desse laudo, que dizia que iria cair. O que nós lembramos é que havia um prazo de vida útil da lona, que deveria ser trocada, mas nunca houve a ameaça de rompimento da cobertura. Portanto, essas informações, absolutamente, não procedem, mas eu quero ler de novo o laudo.

Agora, a característica da Administração Fogaça é passar as atividades, os espaços públicos para a iniciativa privada. Vejam os senhores que, de 56 finais de semana, a Prefeitura vai ficar com quatro, o resto é da Opus! Essa é a vergonha, Verª Clênia! De 56 finais de semana a Prefeitura terá quatro! Isso não é privatizar o espaço? Vejam o camelódromo, quem vai gerenciar é uma empresa privada! Se saírem - e eu acredito que não saem -, os Portais serão de iniciativa privada! Esta é a obra da Administração Fogaça, omite-se das suas tarefas e passa tudo para a iniciativa privada! O Araújo Vianna é um orgulho da Cidade, é pena que agora vai ser particular. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Guilherme Barbosa.

O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Bernardino Vendruscolo.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Srs. Vereadores, ilustres visitantes da área da Cultura que vêm aqui debater o assunto do nosso aniversariante de hoje, o nosso queridíssimo Auditório Araújo Vianna. Quero, Verª Clênia, dar-lhe os parabéns pelo seu pronunciamento. Quando o Auditório era na Assembléia Legislativa do Estado e tinha uma concha acústica maravilhosa, eu era um menino, uma criança, até hoje lembro com emoção a apresentação em Porto Alegre, no Auditório Araújo Vianna, para o público de Porto Alegre, Porto Alegre inteira estava na Praça da Matriz, dos Meninos Cantores de Viena. Essa é uma das mais comoventes obras musicais, e o Auditório Araújo Vianna foi sede, na sua beleza, na sua integração com a natureza e na sua concha acústica. Hoje ele se encontra na Av. Osvaldo Aranha, dentro de um dos Parques mais lindos que a gente conhece, o Parque da Redenção, e passou por momentos extremamente difíceis.

Quando se fala em privatização, dessas privatizações mais onerosas, elas são usurpadoras muitas vezes, quando se trata de um processo em que empresas multinacionais do Exterior vêm para cá e levam 100% do que é nosso - gritamos, e o nosso coração nacionalista pula. O que eu gostaria de dizer é que a empresa vencedora é a Opus Promoções, uma empresa da cidade de Porto Alegre, Cidade onde se faz Parcerias Público-Privadas, e não houve a privatização, e nunca haverá a privatização, porque o Araújo Vianna, Ver. Raul, é tombado, é patrimônio da cidade de Porto Alegre! Não pode ser vendido! Agora, o que se pode fazer, pela lei, são as Parcerias Público-Privadas, que são feitas no Governo Federal - e muito bem feitas -; que são feitas no Governo Estadual - e muito bem feitas. E qualquer coisa chamada privatização não quer dizer que seja usurpação! Não! Por que esse ranço ideológico de não poder se pronunciar a palavra privatização? Nós também somos contrários à privatização do patrimônio público, mas não às parcerias, principalmente num momento em que é necessária uma verba cujo montante é três vezes o valor anual da Secretaria! Ou vamos deixar que o mofo, que o cupim, que os alagamentos tomem conta, uma vez que não existe cobertura? A cobertura feita na época do Governo Tarso Genro já foi para o espaço! É evidente que se sabe - com o maior respeito à memória de dois grandes arquitetos do Rio Grande do Sul, o Dr. Fayet e o Dr. Moojen - que, para fazer qualquer alteração, é obrigatório consultar a firma que construiu, exatamente por ser patrimônio da cidade de Porto Alegre!

Então, dizer que está privatizado não coincide com a verdade! A privatização se faz quando se vende! Agora, juntos, terão uma empresa que, durante 91 dias do ano, vai ceder o espaço para a ocupação pública, enquanto que a média, nos últimos 20 anos, foi menos de 30 dias de ocupação com destinação pública. Parece-me que isso faz parte, inclusive, de uma velha e conhecida mobilização, quando começamos a chegar nos alvores, quando nos aproximamos dos processos eleitorais: começa-se a falar em privatização, começa-se a girar uma metralhadora em torno de um Governo que é digno, que é honesto, de um Prefeito que faz um trabalho magnífico na cidade de Porto Alegre e que teve poucas condições. Foi gasto um tempo enorme na recuperação, porque não se pode aumentar imposto, porque tem que se cortar verba pública, porque, permanentemente, tem que se ter coragem de dizer “não”; e, muitas vezes, coragem, inclusive, para se associar com a iniciativa privada, para poder dar vazão a um programa artístico, porque iniciativa privada não dá câncer, iniciativa privada dá desenvolvimento, dá emprego para as pessoas, dá arte, dá cultura.

Por favor, essa empulhação, essa falácia que foi colocada aqui, de que está sendo privatizado, não é verdade por um único e exclusivo motivo: é proibido, por lei, privatizar órgão que está integrado ao patrimônio público - é proibido -; não foi vendido, não foi passado papel para nenhuma outra empresa que tivesse destinação privada. Não! É um bem público, é da população de Porto Alegre, e dela ninguém vai tirar, nem que tenhamos que dizer isso inúmeras vezes até se transformar em verdade!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Ervino Besson.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, eu tenho um grande prazer em participar desta homenagem aos 80 anos do Auditório Araújo Vianna. O Auditório Araújo Vianna foi palco, várias vezes, de um dos eventos que nós temos há 25 anos aqui em Porto Alegre, que é o Show do Quilo. Quando nós começamos a fazer esse evento no Auditório Araújo Vianna, ainda não existia aquela cobertura que depois foi colocada, e, realmente, no seu início, significou um avanço.

Mas está errado o orador que veio à tribuna e lamentou a ausência de representantes da Secretaria de Cultura do nosso Município, porque eu não posso, Ver. João Antonio Dib, propor uma homenagem a alguma instituição dentro do Município, trazer aqui autoridades do Município para ofendê-las. Eu acho que fazer isso é uma deselegância tal, que foge completamente àquela responsabilidade que nós temos de representantes da sociedade. Se eu vou propor aqui uma homenagem, eu tenho que, com o coração aberto, estar disposto a fazer com que a homenagem faça com que aquelas pessoas que aqui comparecerem para receber a homenagem se sintam bem. Agora, Verª Neuza, fazer com que pessoas compareçam aqui para serem ofendidas, para serem atacadas, para serem pisoteadas, para serem menosprezadas realmente não é o papel desta Casa, não é o papel de nenhum de nós, Vereadores.

Eu tenho as minhas restrições com relação à orientação que foi dada, há algum tempo, com relação à cobertura do Araújo Vianna. Conversei, várias vezes, com a pessoa que eu considero muito, a Verª Margarete Moraes, Secretária de Cultura - temos um bom entendimento, sempre tivemos -, mas discordo de algumas coisas que aconteceram, por exemplo, com a cobertura, desde aquele laudo do ano de 2002, do Moojen e do outro arquiteto responsável pela obra, eles colocaram, nesse laudo, o risco que aquela cobertura representava se continuasse sendo utilizada. Principalmente, dizia o laudo, Ver. Dr. Raul, que, em dias de chuva, como a água empossava sobre a lona, os cabos poderiam ser tensionados, e, se houvesse rompimento de algum daqueles cabos, poderia haver, realmente, um acidente muito grave no Araújo Vianna. Eu comecei a me recordar de eventos que foram feitos no Araújo Vianna depois daquele laudo, lembrei-me do seguinte: da Milka, que reunia lá um grande público, e de um dos seus eventos, quando estava chovendo muito. Eu comecei a pensar, Ver. João Dib: “E se acontecesse aquilo que o laudo estava apontando que poderia acontecer, como é que nós ficaríamos aqui dentro do nosso Município?” Pensei em que acidente grave poderia ter ocorrido se o laudo estivesse correto - acredito que sim, porque, afinal de contas, são dois profissionais de muito renome em nossa Cidade.

Então, a atitude do Governo atual, de fazer com que o Araújo Vianna pudesse, através de uma parceria com a iniciativa privada, com o que de melhor existe na iniciativa privada... Os meus amigos da Opus Promoções, hoje, representam o que de melhor existe na área de eventos em toda a Região Sul do País. Felizmente, para nós, aqui em Porto Alegre, foi a Opus que ganhou essa licitação, e tenho certeza, Verª Neuza, de que a Opus vai poder dar para a nossa Cidade, para a nossa sociedade, um Auditório Araújo Vianna como nós nunca tivemos, mas como toda a sociedade sempre mereceu: com um pouco mais de luxo, com um pouco mais de comodidade, com um pouco mais de sofisticação, com tudo aquilo que nós, como sociedade, sempre quisemos que a nossa principal sala de espetáculos tivesse.

Então, com toda a certeza, os 80 anos do Araújo Vianna devem ser comemorados com muito júbilo, com muito prazer para todos nós que queremos ver o Araújo Vianna vivendo melhores dias. Que bom que o destino do Araújo Vianna esteja sendo este: com a administração da Opus e com mais dias a favor do Município, para que o Município possa utilizar uma sala de eventos mais bem preparada. Que todos nós, em Porto Alegre, tenhamos orgulho do Araújo Vianna! Ele já é motivo de orgulho para todos nós, que somos representantes desta sociedade. Parabéns, Araújo Vianna, pelos seus 80 anos de existência!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, tenho 36 anos de Câmara Municipal e estava acostumado a assistir a homenagens a entidades, a pessoas, quando só se falava no homenageado; agora nós passamos a tratar do problema politicamente e até de maneira contraditória. Se a Administração foi convidada, deveria estar aqui, não importando como procederiam as pessoas que falaram; provavelmente, se estivessem aí, o caminho seria outro.

Eu gosto de Porto Alegre, amo Porto Alegre, gosto das coisas de Porto Alegre. Como eu sou, talvez, o único neste plenário que usufruiu das benesses dos dois Araújos Vianna, vou falar disso. Faz-me lembrar o adolescente que chegou a Porto Alegre e morava na Rua da Ladeira - a pensão era onde hoje está a Garagem da Ladeira -, nos domingos, à noite, havia as retretas na concha acústica, e enchia de gente. Havia um caramanchão de concreto, bonito, bancos, e muita gente ia lá assistir às orquestras. A Orquestra Sinfônica de Porto Alegre não era tão valiosa quanto é hoje, não tão bem apresentada - há até um maestro de renome internacional -, mas eles eram maravilhosos assim mesmo. Também estava em Porto Alegre quando, em 1967, passou para o Parque Farroupilha - ou Parque da Redenção, como queiram -, lembro o troar dos canhões na peça inaugural. Assisti a espetáculos maravilhosos no Araújo Vianna do Parque Farroupilha e no Araújo Vianna da Praça da Matriz. Isso me deixa saudades. Eu gostaria que houvesse muito mais espetáculos, que a população pudesse assistir a coisas maravilhosas como a banda da Marinha dos Estados Unidos, que um dia se apresentou no Araújo Vianna, aqui no Parque Farroupilha, no atual Araújo Vianna. Peças a que assisti lá, shows a que assisti como Prefeito, como Presidente do Conselho de Turismo, que eu era.

Um dia o Conselho de Turismo, preocupado que estava porque nós tínhamos o Araújo Vianna sem que se pudesse dar-lhe plena utilização, pensou na cobertura do Auditório lá em 1977, porque não se podia programar uma grande apresentação com gente que viesse de fora, pois podia chover, e nós não teríamos espetáculo. Então era bom que se fizesse a cobertura do Araújo Vianna. Lá levamos o meu colega do colégio Júlio de Castilhos, Carlos Maximiliano Fayet, de boa memória, e ele nos disse como se poderia fazer, mas que recursos a Prefeitura não tinha. Mas, lá no Ministério do Interior, eu estava um dia com o Prefeito Villela e fiquei sabendo que, se houvesse um projeto para algo relacionado com cultura e artes, eles nos dariam recursos. Eu disse: “Nós vamos pedir agora. O Prefeito está aqui, nós temos papel timbrado, por favor, um datilógrafo para que façamos um requerimento”. Pedimos e ganhamos seis milhões de cruzeiros.

Pretendeu-se fazer a cobertura do Araújo Vianna, e para isso, evidentemente, tinha que haver licitação e houve, mas naquele tempo, que era o tempo da ditadura, entre aspas, do autoritarismo, entre aspas, as licitações eram aprovadas ou não pela Câmara, eram de concorrência pública. Nesse caso, tínhamos seis milhões de cruzeiros doados pelo Ministério do Interior, a obra custaria 17 milhões de cruzeiros, e a Câmara não aprovou a iniciativa do Prefeito Guilherme Socias Villela de dar a cobertura para o Auditório Araújo Vianna. Talvez a solução, naquele momento, fosse outra, não a que aconteceu.

Então, não importa, de forma nenhuma, a cobertura que foi colocada; precisamos, de qualquer maneira, que o Araújo Vianna seja utilizado, que ele dê condições de utilização para que a nossa população se beneficie, como eu fiz no passado. Agora, é bom lembrar também que o Ministério Público reclamou em relação aos problemas da acústica e da poluição sonora do Araújo Vianna. É bom lembrar que há uma interdição do Ministério Público também. De qualquer forma, volto a dizer: o que interessa é o Araújo Vianna funcionando, dando oportunidade aos artistas porto-alegrenses e aos de fora, para que mostrem a cidade de Porto Alegre, mostrem  romoçrio. ipal da área da Cque Porto Alegre é grande, que Porto Alegre é bonita, que Porto Alegre tem condições de crescer na arte, na literatura, no campo que ela escolher.

Portanto, saúdo aqueles que um dia fizeram o Araújo Vianna lá no Parque Farroupilha, também aqueles que o fizeram na Praça da Matriz e aqueles todos que fazem da cultura da Cidade uma preocupação permanente, para que cresçamos junto com a nossa população. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. João Antonio Dib.

A Verª Neuza Canabarro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. NEUZA CANABARRO: Exma Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público presente nesta tarde, ao homenagearmos os 80 anos do Auditório Araújo Vianna, eu ouvia atentamente o Ver. João Antonio Dib e pensava, Vereador, que nós temos parte da história do Auditório Araújo Vianna, porque, quando o Prefeito João Antonio Dib passou a Prefeitura ao Prefeito Alceu Collares, eu assumi como Secretária de Educação e Cultura, em conseqüência disso me tornei responsável pelo Auditório Araújo Vianna.

Vejam bem, em 1986, Verª Margarete Moraes, ao assumir o Araújo Vianna - interditado, porque estava sem as menores condições de funcionamento -, a primeira coisa que se fez foi procurar recursos. Nós não encontramos, Ver. João Antonio Dib, e tivemos, em julho de 1986, a idéia de conseguir com a empresa privada. Em uma entrevista, na Rádio Gaúcha ainda, do saudoso Mendes Ribeiro, eu coloquei a ele que estava fazendo um apelo para que as empresas privadas fizessem uma parceria para recuperar o Araújo Vianna. E ele me disse: “Quanto tempo?” Eu disse: “Nós temos que fazer todo o esforço, para que até o final do ano se possa novamente dar o Araújo Vianna ao uso da população”. Exatamente pela sua beleza, pela sua peculiaridade de, no verão, ser amplamente utilizado. Porque, a partir daqueles meses de verão, nós já tínhamos a grande dificuldade de programar qualquer evento e ficar à mercê do tempo.

Conseguimos essa parceria, e se fez a recuperação do Araújo Vianna. Quatro meses após, dia 30 de dezembro de 1987, reinauguramos o Araújo Vianna. Aparentemente a maquiagem tinha sido muito bem feita, Ver. Sebenelo. Quatro meses depois, o arquiteto Levi, responsável pela manutenção, foi me procurar e disse: “Estamos com dificuldades no Araújo, na parte elétrica, nisso e naquilo”. E eu disse: “Mas e a recuperação?”. E ele me disse algo muito importante: “Secretária, o projeto que nós tínhamos de recuperação era cinco vezes mais do que foi gasto, mas recuperava tudo. Aqui foram feitos o quê? Remendos na parte elétrica, precisava ser... Quer dizer, remendou aqui, rebentou do outro lado”. Em conseqüência disso, eu fiquei com muita cautela em relação às parcerias. E nós tínhamos deixado, inclusive, os empresários coordenarem essa recuperação.

Fomos novamente, recuperamos e partimos para a cobertura. Então o Fayet e Moojen foram procurados para fazer o projeto - eu tenho até hoje lá - de cobertura, e conseguimos viabilizar o recurso. Só que aí nós tivemos, Verª Margarete Moraes, uma oposição do PT e do PCdoB. Aí foram feitas várias reuniões, eu lembro da Jussara Cony gritando “Não, não e não!” Isso a imprensa registrou, saiu no jornal Zero Hora o projeto do Fayet. Conseqüência: nós não conseguimos fazer a cobertura, porque queriam assim como estava. Surpreendentemente, quando chega o PT à Prefeitura, eles fazem uma cobertura - com o perdão dos Vereadores que aqui estão, que merecem o maior respeito da minha parte - do tipo daquelas “falsificadas de Foz do Iguaçu”. Quer dizer, não era a original que o Araújo Vianna tinha direito, que lhe fazia jus e era projetada pelo próprio arquiteto. Tanto é que deu no que deu. Não durou praticamente nada, ainda com sérios riscos.

Quando assumi aqui, em 2005, tomando conhecimento do laudo em relação à cobertura do Auditório Araújo Vianna, eu fiz um Pedido de Providências para que o Prefeito Fogaça o interditasse, até com receio do que poderia ocorrer no dia do grande evento do desfile da Milka de 2005. Felizmente nada ocorreu, mas nós temos a obrigação, na função fiscalizadora, de nos anteciparmos às tragédias. Não é “depois da casa arrombada” que nós vamos tomar as providências. Então, eu lamento que todos esses anos nós não tenhamos tido ainda a recuperação e a cobertura que faz jus aos 80 anos do Auditório Araújo Vianna. Obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos acompanha aqui e pela TVCâmara, vamos continuar o debate neste transcurso dos 80 anos do Auditório Araújo Vianna. Este é um ato, Ver. Dib, de homenagem ao Auditório Araújo Vianna, e nós compreendemos assim: que a defesa do Auditório Araújo Vianna - mantê-lo público - é uma forma de homenageá-lo depois desses 80 anos. É uma forma de homenagear a Cidade também.

Quero dizer ao Ver. Luiz Braz que são desnecessárias e injustas as suas palavras, porque os debates nunca são agressivos com quem quer que venha aqui; nunca o são. Já recebi aqui, por sugestão minha, o Secretário Municipal da Fazenda, fizemos um debate franco, aberto e respeitoso. Fiz o mesmo debate com o Secretário Municipal da Saúde, fiz o mesmo debate com o Secretário Municipal do Planejamento, um debate sempre aberto, franco e respeitoso. Então, tentar imputar agressividades onde não existem não cabe e é uma injustiça. E mais: a última fala do Ver. Luiz Braz esclarece bem a intenção do Governo Fogaça nisso. Qual é a intenção? É um lugar luxuoso... Ele disse: “O Auditório Araújo Vianna vai ficar mais luxuoso”. Vai, tenho certeza absoluta de que a privatização, o dinheiro posto pela Opus, que pode captar recursos de outras empresas, vai deixar o Auditório luxuoso, Ver. Guilherme Barbosa, ele vai ficar lindo, maravilhoso e a preços altíssimos como a gente conhece! Qualquer espetáculo é assim!

A Empresa está indo para o Auditório Araújo Vianna - a Opus Promoções - para ficar 75% dos dias do ano, com 52 finais de semana do ano, para ganhar dinheiro! Não é para facilitar o acesso da população ao Auditório Araújo Vianna. Eu sou músico, apresentei-me na Sala Radamés Gnattali várias vezes, eu pagava uma taxinha, Ver. Dib, para manter a limpeza ou para qualquer prejuízo que houvesse - é uma taxa mínima! O Auditório é um espaço de acesso público! Não é que ele pertença ao Poder Público, ele pertence à população! Eu nunca falei com a Prefeitura, não era Vereador, não tinha nada a ver com isso, nem militava na política, eu fui lá e reservei uma data para poder fazer a minha apresentação de violão, porque eu era violonista! Fui lá, fiz meu registro, paguei uma taxinha sei lá de quanto - hoje deve ser de 20 ou 30 reais - para o pessoal que faz a limpeza do espaço. Isso é acesso público. Essa é a diferença de uma visão de Governo, de gestão pública e de gestão dos espaços públicos.

E é essa a homenagem, por isso me sinto ainda mais responsabilizado em defender o Auditório Araújo Vianna público, para a população, para os artistas, para os estudantes, para quem da população achar que aquilo é um espaço interessante e importante, um espaço no meio do Parque! Isto não é uma função do Legislativo: defender um lugar de que nós gostamos tanto? Eu, no meu caso, que tenho 37 anos, me criei vendo o Araújo Vianna, fui a vários shows lá! E aí eu não tenho a obrigação de vir aqui defender um espaço público desses? Acho que eu tenho, acho que essa é a minha função, eu quero ver ele público.

Mas, aí, a Líder do Governo diz assim: “Não, mas custa sete milhões”. Primeiro: quando a Verª Margarete Moraes assumiu a Secretaria Municipal da Cultura em 2001 - continuou, no caso -, ela pediu os laudos. A Verª Margarete Moraes, como Secretária, pediu os laudos, e eles foram entregues em 2002 orientando reparos, e os reparos foram feitos por ela, Verª Margarete Moraes, então Secretária da Cultura. Foram feitos para que o Auditório Araújo Vianna pudesse ficar aberto até o final de 2006, quando, novamente, com outros dados, mais reparos e assim por diante... Sobre a decisão de fechar: nós somos contrários a isso até hoje, a gente queria o Auditório Araújo Vianna sem a cobertura... Mas na época a população do entorno queria que fechasse o Auditório, queria a cobertura, por questões de barulho e assim por diante.

Nós, antes que eles ganhassem na Justiça, por uma ação qualquer, como ganharam agora há pouco, antecipamos, preparamos um projeto, Verª Neuza Canabarro, com os arquitetos. E não era um projeto vagabundo, largado numa gaveta qualquer, não, os próprios arquitetos do Auditório Araújo Vianna prepararam a cobertura. Portanto, foi um projeto sério, respeitável e foi executado, prevenindo-se, inclusive, contra as reclamações da população e mantendo o espaço público, espaço da população de Porto Alegre, com a cobertura. E sempre fazendo reparos e cuidando com o carinho necessário, Verª Margarete Moraes, de quem tem gosto pela gestão, de quem tem gosto pelos equipamentos públicos, de quem tem respeito ao espaço público e à população de Porto Alegre.

Essa é a diferença. Essa é a diferença de quem vê de forma diferente desse modelo “neobrittista” que está hoje na Prefeitura de Porto Alegre, porque o Cristiano Tatsch era o liquidante da CRT e hoje é o Secretário da Fazenda; o irmão do Deputado Nelson Proença está lá na Secretaria de Gestão; o Clóvis Magalhães era lá do Governo Britto também; o próprio Senador Fogaça era do Governo Britto; e o Cezar Busatto, Secretário Municipal, aqui, de Governança Solidária, era Secretário da Fazenda do Governo Britto. Mudaram o DNA? Não, não mudaram. As soluções deles são sempre privatizantes - sempre. É nisso que eles acreditam, é assim que eles vêem a gestão pública. Nós não vemos assim. Nós vemos com participação popular o controle público, a esfera pública, como tantas vezes o Prefeito Tarso Genro falou, é esse controle que a população faz, e os espaços públicos são mantidos.

Mas vamos dizer assim: “Não, o PT sempre é contra”, Ver. Dib, “e não tem proposta”. Pois eu estou apresentando amanhã um Projeto aqui na Câmara de Vereadores criando a Fundação Auditório Araújo Vianna e revogando os editais anteriores sobre qualquer decisão da Prefeitura de Porto Alegre em relação ao Auditório Araújo Vianna. Será uma Fundação aos moldes da Fundação do Theatro São Pedro, que é um bom exemplo de captação de recursos em parceria com a iniciativa privada, mas mantendo como espaço público da população do Estado do Rio Grande do Sul, no caso, o Theatro São Pedro, mas da população de Porto Alegre no caso do Auditório Araújo Vianna. Vamos apresentar a Fundação Auditório Araújo Vianna, porque, já que não conseguiram mantê-lo aberto, já que não aceitaram os três milhões de reais da Maria do Rosário e não colocaram um milhão de reais por mês para o custeio, nós queremos oferecer uma alternativa para manter público o Auditório Araújo Vianna. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Marcelo Danéris.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, o Ver. Marcelo Danéris falou aqui uma inverdade, e só por isso eu vim contestá-lo. Ele é um Vereador brilhante, um jovem aguerrido, mas não tem o direito, como nenhum de nós o tem, de falar inverdades na tribuna. Ver. Marcelo Danéris, V. Exª disse que os Secretários nunca foram trazidos aqui para esta Casa para serem achincalhados. Nós vimos o Secretário da Saúde ser achincalhado aqui! Nós vimos! Lamentavelmente nós vimos! Assim como hoje, se V. Exª conseguisse trazer para cá os homens da Cultura do nosso Município, eles ouviriam o discurso inicial de V. Exª que foi só no sentido de achincalhar! Então o que V. Exª está dizendo, que sempre foi cortês ou que os Secretários, quando vêm para cá, são bem tratados, não é verdade! No passado, sim, quando os Secretários eram da Administração petista, nós, Vereadores da oposição, sempre tínhamos cortesia para com os Secretários que aqui chegavam.

Foi falado sobre o processo de cobertura do Araújo Vianna. Nesse processo de cobertura, meu amigo DJ, dizem que a Deputada Maria do Rosário tinha 3 milhões de reais para colocar aqui no Araújo Vianna. Sabe de onde vinham esses 3 milhões? Daquelas vergonhosas Emendas ao Orçamento a que todos os Deputados têm direito - são 6 milhões de reais por ano para cada Deputado. Então, a Deputada Maria do Rosário pegaria 3 milhões de reais para trazer para cá, só que nunca os trouxe. Afinal de contas, a Administração petista esteve à frente deste nosso Município por 16 anos, então, se a Deputada Maria do Rosário realmente quisesse colocar aqui os 3 milhões para salvar o Araújo Vianna, Ver. Nedel... É claro que ela teve tempo mais do que suficiente para trazer para cá os recursos, porque, durante uma faixa desse período, nós tivemos aqui Governo de Estado com o Governo no Município, tivemos Governo Federal com o Governo do Município, tivemos, por tempos, sempre essas vinculações. Eu nunca vi a Deputada Maria do Rosário vir aqui, no Governo petista, querendo salvar o Araújo Vianna com 3 milhões.

Os Srs. Vereadores e as Sras Vereadoras acreditam que, se a Deputada Maria do Rosário, ou qualquer outro Deputado, chegasse aqui com 3 milhões de reais para qualquer uma das instituições, Ver. João Dib, alguém rejeitaria isso? Claro que não rejeitaria. Só que a proposta foi feita no seguinte sentido: são 3 milhões para uma obra que custa 7 milhões, e não poderíamos mais fazer nenhum complemento, tínhamos que fazer os remendos com os 3 milhões! Ora, e, se em vez dos 3 milhões de reais para os remendos, pudermos fazer, em parceria com a iniciativa privada, uma obra que vai custar 7 milhões e que vai fazer com que o Araújo Vianna seja o orgulho de todos nós? Pelo amor de Deus, por que não vamos aceitar? Ou o PT não gosta da iniciativa privada? Não é o que prova, porque, Ver. Marcelo Danéris, a sua Ministra do Meio Ambiente está privatizando as florestas brasileiras. Ou V. Exª não sabe? Está havendo uma privatização das florestas brasileiras. Imaginem só, se o PSDB fosse do Governo Federal e tivesse privatizando as nossas matas, o que iria acontecer? Iriam nos chamar de tudo. Nós seríamos as pessoas mais ofendidas dentro deste plenário. Mas, como é a Srª Marina, Ministra do Meio Ambiente, que está privatizando as matas, aí pode, Ver. Nedel. Mas é vergonhoso isso! É mais uma vez o PT entregando o que há de mais nobre para todos nós, sociedade, à iniciativa privada. Sabia disso, Ver. João Dib? As matas brasileiras estão sendo entregues à iniciativa privada, por obra da atual Ministra do Meio Ambiente. E eu não vi nenhum Vereador do PT vir aqui reclamar disso. Nenhum! E basta entrar na Internet, não precisa ir muito longe, não precisa fazer consultas com ninguém, basta entrar na Internet e ver que isso é absolutamente verdade.

Para encerrar, Verª Maristela Meneghetti e Verª Maria Celeste, que hoje estão presidindo esta Sessão, eu quero mais uma vez dizer que, graças a Deus, o Auditório Araújo Vianna está sendo recuperado de uma forma condigna para ser entregue à nossa sociedade. Parabéns aos 80 anos do Araújo Vianna.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Luiz Braz.

O Ver. DJ Cássia Gomes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DJ CASSIÁ GOMES: Srª Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, demais presentes nesta Casa, primeiro, quero parabenizar os 80 anos do Araújo Vianna, que é um símbolo da nossa Cidade, da nossa cultura. Eu vou, mais uma vez, dar um toque, como se diz na gíria: num País em que se paga tantos impostos, e, como eu já falei outras vezes aqui na tribuna, cinco meses de trabalho são para pagar impostos; num País em que o cidadão, para gastar o seu dinheiro, tem que pagar essa tal CPMF, que seria para a Saúde e não é, com tantos impostos, eu pergunto: cadê o investimento na cultura? Cadê a cultura popular da nossa Cidade e do nosso Estado? Onde está o dinheiro? Meus colegas e demais presentes nesta Casa, eu quero saber cadê o araújo vianna da Restinga? O da Cruzeiro? O de Belém Novo? O da Bom Jesus? O da Zona Norte? Enfim, o da nossa Porto Alegre? Onde estão os nossos centros comunitários? Não sei, estou procurando. Rodo dia e noite nesta Porto Alegre e não acho. E rodo, Ver. Alceu Brasinha.

Eu quero dizer aos senhores e às senhoras que investirmos em educação de qualidade e em cultura é a saída para vencermos o crime e o tráfico, que crescem dia-a-dia nas nossas comunidades. E digo mais, neste momento, infelizmente, deve haver um jovem sendo adotado não pelos governos, mas pelo tráfico, por falta de cultura e de educação de qualidade na sua comunidade. Pergunto mais uma vez: cadê os araújos viannas nas comunidades? Cadê os nossos centros comunitários?

Rapidamente, eu vou contar uma história. Eu vejo ali nas galerias um dos maiores rappers do Estado, meu grande amigo Mário Pezão, que faz uma cultura popular de graça. Nós temos um projeto - muitos Vereadores conhecem - que se chama Domingo Alegre, que começou com 13 jovens, e hoje são mais de mil cadastrados; são mil a menos na rua! É fácil de fazer, é só querer. Outro dia, Mário, na palestra que houve aqui na Cruzeiro, um dos meninos se manifestou e disse que estava na casa da Dona Neuza, que mantém, ela mesma, 80 crianças ali na Cruzeiro, e ela lhe disse: “Meu filho, eu não tenho açúcar hoje para dar mamadeira”. Ele saiu dali imediatamente, pegou um balde, foi de casa em casa e voltou com o balde cheio de açúcar, que deu para a Dona Neuza. Eu disse a ele: “Que caridade!” Ele disse: “Não, caridade me fez a cultura, porque, se eu não tivesse tido um espaço na cultura, teria pego uma arma em vez de pegar um balde; eu teria assaltado”. Então, dá para ver que há salvação.

Para concluir, em nome de todos os jovens dessa comunidade que estão abandonados, eu digo: “Eu só quero é ser feliz, andar tranqüilamente na favela onde eu nasci”.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Apregôo Requerimento de autoria da Verª Margarete Moraes (Lê.): “Considerando dramática a condição em que se encontram os moradores das Ilhas de Porto Alegre - flagelados, enfrentando frio, fome e falta de saneamento -, propomos a criação de uma Comissão Externa com o fim de visitarmos in loco tal situação, para auxiliarmos na solução dos problemas constatados. Trata-se de situação emergencial que exige solidariedade desta Câmara. Atenciosamente, Verª Margarete Moraes, Vice-Líder da Bancada do Partido dos Trabalhadores”.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre Presidenta Maria Celeste, Vereadores e Vereadoras, muitos Vereadores que me antecederam falaram sobre os 80 anos do nosso grande Auditório Araújo Vianna, e, como era uma homenagem pelos 80 anos, fiquei preocupado porque, ao invés de homenagear, criticaram. Até parecia um velório; eu acho que homenagem é festa, é saudação, é positivismo, é agradecer esse tempo de cultura derramada. E nós estamos aqui chorando, justamente quando se tem uma solução, solução sem dinheiro público. Chega de atirar dinheiro público fora. Chega, chega! O povo é que paga. Agora nós temos uma solução, vamos, então, vibrar com essa solução, Ver. DJ Cássia. Eu sou sempre positivo, não fico lamuriando, já que o assunto está encaminhado para uma solução; esperamos que nos 81 já esteja pronto, ou nos 82, que esteja então derramando cultura em Porto Alegre. Parabéns ao Auditório Araújo Vianna, que tantas contribuições tem dado a Porto Alegre.

Ontem nós aprovamos nesta Casa dois Projetos muito importantes: o primeiro, a criação da Secretaria Municipal do Turismo. Finalmente, Porto Alegre vai acordar para o turismo, a maior indústria sem chaminés que gera emprego, que gera renda. Esperamos que realmente isso seja o linear de um novo tempo para Porto Alegre. Nós temos tantas atrações, tantas coisas boas nesta Cidade que precisam ser realçadas, e precisamos ter muito trabalho, Vereador. Nós precisamos trabalho, porque precisamos melhorar as condições turísticas, por exemplo, do lago Guaíba, do Cais do Porto, do Centro da Cidade, do turismo esportivo, Ver. Brasinha, porque temos duas entidades importantes, o Grêmio e o Internacional, e tantas outras.

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nedel, quero dar os parabéns ao senhor por estar falando na Secretaria. E também quero dizer que brevemente teremos um ponto turístico dos mais visitados - hoje já é um dos mais visitados na Capital: a arena do Grêmio, que, certamente, receberá um público muito grande.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Isso mesmo, Vereador, será efetivamente um grande ponto de atração turística, irá fortalecer o turismo de nossa Capital com espetáculos - com espetáculos esportivos também. Muito obrigado.

Nós aprovamos ontem a criação da Secretaria de Turismo da Capital. É louvável, e vamos fazer força para que funcione, e funcione muito bem. Mas essa força para funcionar muito bem também advém de um outro Projeto de Resolução, de minha autoria, que cria a Frente Parlamentar do Turismo nesta Casa. O que a Frente pretende? Pretende que a Câmara Municipal atue, aja também no turismo. Ver. Claudio Sebenelo, nós temos o turismo da saúde em Porto Alegre; Ver. Luiz Braz, temos o turismo dos eventos em Porto Alegre, o turismo religioso, o turismo cultural, o turismo educacional, o turismo náutico, o turismo de compras, o turismo ecológico, o turismo rural; Ver. Bernardino, temos o turismo do nosso tradicionalismo, da nossa cultura tradicionalista, que precisa evoluir. E V. Exª é um dos defensores disso nesta Casa.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu concordo. Tomara que o Grande Arquiteto proteja os “cola-finas”, porque está faltando uma parte que eles não conhecem na nossa cultura, e não fazem absolutamente nada os que estão aí nessa linha. Eu concordo com V. Exª, acho que temos que entregar essa área do tradicionalismo para quem entende; não para esses que não entendem e não fazem absolutamente nada. Obrigado pela oportunidade.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Vamos, então, informar aos “cola-finas” a importância do nosso grande tradicionalismo, pelo qual V. Exª ficará responsável. Então, temos que saudar esses dois Projetos: a criação da Frente Parlamentar e a criação da Secretaria Municipal do Turismo.

E, por falar em turismo, aconteceram, recentemente, dois eventos importantes na nossa Cidade, eventos que dizem respeito também ao turismo. Encerrou-se, no domingo, Ver. DJ Cassiá, o 1º Fórum da Igreja Católica, pensado e organizado já há um bom tempo, que reuniu, nesses três dias e meio, não se sabe bem, algo em torno de 50, 60, 70 mil pessoas. Somente num dia, Ver. João Antonio Dib, nos dois ou três estacionamentos da PUC, entraram 12 mil veículos, fora os ônibus que vieram das várias localidades do nosso Estado, inclusive de Santa Catarina. E veio o Cardeal de Roma. Vejam a importância desses assuntos. É um evento turístico, sim, do turismo religioso, sim, que nós queremos também ampliar na nossa Capital. Foi um momento de fé e um momento de reflexão nas suas oficinas, nas suas conferências. Eu tive a honra de participar como membro do Conselho Consultivo do Fórum. Isso muito me honrou. Também fui um dos coordenadores da oficina “Diálogo da Igreja com a Sociedade”, realizado em duas edições, em dois dias no Fórum. Esse diálogo com a Igreja, essa aproximação da Igreja com a sociedade, que é a própria Igreja, foi muito importante. E, depois, fui um dos palestrantes da oficina “Vida, Nosso Primeiro Direito”, onde se valorizou a vida, esse grande talento que Deus nos deu. Então, foi um dos eventos importantíssimos do nosso Estado e deverá se multiplicar para outros Estados do nosso País. Esperamos que o resultado seja frutuoso, que dê frutos para a Igreja Católica e para a sociedade.

O outro evento foi o Acampamento Farroupilha, efetivamente, um grande evento turístico. Não existe, no mundo, Ver. Luiz Braz, um evento semelhante ao Acampamento Farroupilha, e ele existe aqui, praticamente por 30 dias cultuamos a nossa tradição e a nossa cultura. É realmente um evento que precisa maior trabalho, porque não é possível que, quando chove, nós estejamos pisando naquele lodaçal. Mas precisa investimento público, sim; investimento privado, sim, para melhorar esse evento importantíssimo e inédito.

Então, Srª Presidenta, para concluir, eu estou muito esperançoso com a nossa Capital, com estes dois Projetos: a criação da Secretaria Municipal de Turismo e a criação da Frente Parlamentar do Turismo, e, Verª Margarete, nós iremos fazer funcionar a Frente de acordo com o seu Projeto, aprovado nesta Casa, e com a participação de praticamente todos os Vereadores, que serão convidados a participar dessa Frente.

 

A Srª Margarete Moraes: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Obrigada, Ver. João Carlos Nedel, eu quero cumprimentá-lo por sua idéia de estabelecer a Frente Municipal do Turismo, que vai auxiliar, com certeza, o belo trabalho que já está sendo realizado pela nossa Secretária Ângela Baldino, trabalho que vai ser aperfeiçoado com as idéias dos Vereadores. Eu acho que Porto Alegre tem muitas condições de ter um turismo, como o senhor falou, cultural, religioso, folclórico; não podemos esquecer, também, do turismo rural que Porto Alegre oferece, que tem ameixa, uva, cuca, essa comida mais colonial. Parabéns pelo seu trabalho. Com certeza, a Bancada do Partido dos Trabalhadores estará à disposição e querendo contribuir com essa Comissão.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Muito obrigado, Verª Margarete Moraes. Vamos ser otimistas, vamos crer num futuro melhor para a nossa Capital.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; nobres Pares, colegas Vereadoras, colegas Vereadores, público que nos assiste pela TVCâmara, público aqui presente, faço uso do Grande Expediente para acertar algumas coisas que foram ditas, ultimamente, em tempo de Liderança. Neste Grande Expediente, começo a responder, nobres colegas, a algumas indagações veementes de meus colegas Vereadores, não como adversários, mas como pessoas com convicções opostas às que acredito e defendo. É o jogo democrático, cujas diferenças e contrapontos são altamente salutares à nossa própria democracia.

Meus oponentes ideológico-partidários desta Casa se dizem - eu acredito que sejam - democráticos e antiditatoriais, mas eu os vejo defender Fidel, com a instituição do paredão, matando os seus cidadãos; Stalin, com milhões de desaparecidos e assassinados; a ditadura chinesa do Partido Comunista, com tanques passando sobre o povo, que reclamava por democracia; Chávez, ditador popularesco, desrespeitoso às instituições, aos coirmãos, ao Brasil, algoz da imprensa livre e agora também, a exemplo de outras ditaduras que se instalaram no mundo, imprimindo, através de uma cartilha, lavagem cerebral na educação das crianças venezuelanas. Também defendem assaltantes, guerrilheiros e assassinos, proporcionando a esses indenizações milionárias, espúrias, que o trabalhador do Brasil de hoje, que nada tem a ver, paga com os seus impostos.

Eles se referiram ao meu Partido, ao Democratas, ao nosso Presidente Estadual e Líder na Câmara Federal, Onyx Lorenzoni, por duas vezes seguidas aqui desta tribuna de forma desairosa. Quanto ao hoje grande líder Onyx Lorenzoni, oposicionista que reafirma sua coragem, determinação, com uma política idealista, contrariando os interesses nefastos dos amigos da corte, não esteve ausente dos debates da CPMF, tanto é que orientou sua Bancada. E ele foi em missão oficial à Colômbia para participar de um fórum sobre Segurança Pública na cidade de Bogotá, onde houve uma redução drástica dos índices de violência; violência que tanto assola o nosso País. E o voto que decide a continuidade da CPMF depende dos que, apadrinhados pelo Poder Central, aquinhoados pelo Poder Central, precisam dizer o seu “sim” em 308 votos. Entendo a preocupação das Lideranças que atacam o nobre líder Onyx Lorenzoni, porque ele deve estar incomodando e denunciando o subconsciente de certos contumazes usuários das regalias do poder.

Quando à CPMF, continuo reafirmando que é um assalto à consciência e ao bolso de toda a sociedade brasileira, seja o indivíduo um cidadão pobre, um cidadão rico ou da classe média! Ela tira de todo o brasileiro indistintamente, seja das esmolas dadas pelo Bolsa Família, seja dos salários mínimos recebidos pelo trabalhador humilde, e também tira dos maiores salários da elite brasileira. Retira de cada um, em média, a importância de mais de um mil reais/ano, em forma de despesas bancárias - que vão para o Poder Central -, embutido no preço do leite, embutido no preço do pão, embutido no preço do remédio, do aluguel, da casa própria, por mais humilde que seja!

Pergunto aos nobres colegas: o que realmente queremos? Queremos um Brasil cujo povo tenha que viver esmolando em troca do seu voto? Não, queremos um País com dignidade, que seu povo, através do crescimento cultural, seja dono de si mesmo, através do seu emprego, da sua profissão, das suas idéias, de suas pequenas empresas, como também das grandes empresas que possam abrigar as mentes esforçadas e estudiosas dos nossos filhos, através de um desenvolvimento técnico-científico, investindo e proporcionando o avanço da humanidade, tanto materialmente quanto como salvaguarda da liberdade de pensar, de ir e vir, da democracia, da solidariedade, do respeito às idéias alheias cujas defesas tanto admiro, desde que feitas com consciência e convicção.

Vejam, meus nobres colegas, o desafeto das negociatas espúrias que presenciamos todos os dias na nossa nobre República! O Sr. Lula, com esses impostos horrendos, do dono espúrio do Senado Federal, que usa sua cadeira para se manter no poder. Vejam os senhores o Plenário da Câmara Federal, que terça-feira esteve deserta, deserta dos amigos do império para discutirem, brigarem, repartirem e abocanharem Ministérios e cargos do segundo escalão em troca do voto da CPMF. Povo desta Cidade, não é a CPMF que interessa aos Partidos coligados; o que incomoda, o que me causa náuseas é a disputa dos maus políticos em torno de Ministérios, de cargos, de “mensalões”, de liberação de verbas em momentos de votações importantes; são aqueles que, em troca dos seus votos, negociam aprovação dos projetos.

Nobre Líder do Partido dos Trabalhadores desta Casa, Vossas Excelências tinham a alcunha de serem éticos, de serem morais, de lutarem por uma democracia justa, infelizmente isso eu não vejo mais. A política da impunidade aos seus aliados campeia livre. Basta ver e ler as revistas e jornais, notadamente a revista Veja, onde consta que Renan Calheiros faz medo a certos Senadores. E mais: Ideli Salvatti, ameaça da CPI das ONGs; Tião Viana, funcionário-fastasma em seu gabinete; Aloizio Mercadante, Dossiê dos Aloprados; Serys Slhessarenko, Máfia das Sanguessugas; e outros tantos. Nós atendemos ao pedido de V. Exª de trazer nomes a esta tribuna, conforme manifestação na última plenária, em que acusou - a meu modo de ver, demagogicamente - o Partido dos Democratas, a respeito do processo vergonhoso, chamado Macalão, na Assembléia Legislativa, com certeza tentando desviar o foco dos problemas nacionais com acusações infundadas! Pago eu para ver quem são e se serão apurados os verdadeiros responsáveis pela corrupção tanto na nossa Assembléia como no nosso País. E, em relação aos corruptos, eu e o meu Partido defendemos não a impunidade, mas que eles sejam punidos exemplarmente. Se continuar a ser do seu agrado, nobre Líder do Partido dos Trabalhadores, poderei trazer, em futuras considerações, o nome de todos os comprovadamente corruptos, como, por exemplo, a quadrilha dos 40, os “waldomiros” da vida, os Ministros impunes que pertenceram ao Poder Central. Talvez não tenhamos espaço suficiente nesta tribuna para nominar todos.

Finalizo, perguntando a Sua Excelência Tarso Genro, Ministro da Justiça, e também à sua Polícia Federal: onde está a origem mágica, enigmática, do dinheiro do Dossiê dos Aloprados? A sociedade precisa saber, Sr. Presidente Lula, a origem desse 1,5 milhões de reais, porque essa mácula a Nação brasileira não pode carregar! Talvez o Ministro da Justiça possa nos dizer a origem desse dinheiro e nos mostrar os verdadeiros culpados. Muito obrigado, Srª Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, amigos que aqui se encontram, público que nos assiste pelo Canal 16, eu quero cumprimentar a Brigada Militar pelo presente que vai receber do futebol, e cumprimentando estou o Presidente do Grêmio, do Internacional, o Secretário de Segurança, aqueles que ontem participaram de uma reunião para que o nosso futebol - o futebol nosso de cada dia - continue tendo o brilhantismo da segurança que nos é proporcionada pela Brigada Militar do Rio Grande do Sul.

Numa reunião ontem na Casa Civil, com o Záchia comandando a operação, chegou-se à conclusão de que os dois clubes entregarão - não tenho certeza se também o Juventude ou alguém mais -, com a federação, uma viatura de porte médio equipada à Brigada Militar. Dib, eu não sei qual seria o valor de uma viatura dessas, equipada, mas será bem mais do que os 5 mil reais que estavam se cogitando que fossem dados à Brigada Militar para garantir a segurança dos estádios. Teremos, então, uma viatura de presente para três meses de trabalho; e, depois, em janeiro, volta-se a conversar de novo. Eu já estou futurista, achando que no ano que vem poderemos ganhar quatro viaturas equipadas para a Brigada Militar e garantir a segurança em 2008.

E, se apertar um pouquinho, sai um lanchezinho para cada brigadiano que estiver dentro do Beira Rio ou do Estádio Olímpico. Um lanchezinho, de leve, sabe como é? A gente vê os brigadianos contando o dinheiro ali na lancheria do estádio, juntando moeda para comprar um “sanduba” e um refri para se reforçar e continuar nos dando a segurança tão indispensável, para que o nosso futebol continue existindo. Porque, imaginem os senhores, o futebol sem a segurança da Brigada Militar, diante de tudo isso que está aí exposto, de violência e coisas desagradáveis que têm acontecido no mundo do futebol. Então, meus cumprimentos a todos aqueles que na reunião de ontem chegaram a esse denominador comum.

Numa análise partidária - o que eu não gosto muito de fazer -, é preciso dizer que estrago um homem só consegue causar a um Partido com a história do PMDB, marcado por lutas memoráveis em defesa das Diretas Já, pela democracia, pelo povo! PMDB, que sempre foi de homens e mulheres honrados, que passou pelo crivo de suportar em suas fileiras figurinhas carimbadas como José Sarney, entendendo que há espaço para todos, mas, por favor, não exagerem, não abusem de uma entidade como o PMDB! Senador Renan Calheiros, tens ainda - é claro que eu acho que não tens - um restinho de vergonha na cara, nessa fuça? Numa boa, já deverias ter pedido o boné e ido embora, curtir os milhões que conseguiu tirar dos cofres do Governo brasileiro!

Passam-se humilhações nas filas do SUS, não se tem mais segurança, a sociedade se deteriora, e surgem os marginais da vida, roubando e matando, porque os valores morais são pisoteados pelo próprio Governo, que deveria ser exemplo de honestidade, de trabalho, de transparência no trato com o dinheiro público. Se, como dizem, o Senado está sangrando, o nosso PMDB já morreu. O PMDB de Renan Calheiros, de José Sarney e de outros péssimos políticos e homens sem honra diante da prestação de serviços a um povo - este já morreu. O que fica é o PMDB, velho de guerra, esperançoso de que é possível reajeitar suas fileiras e continuar sendo o maior Partido do Brasil.

Do outro lado, enxergamos o PT agonizando - um Partido que foi, ao longo de duas décadas, um exemplo de ética e moral -, chafurdando na lama da corrupção e se igualando aos demais em mutretas e safadezas com o dinheiro público. Resta o velho PT de guerra, de homens e mulheres honrados e de uma militância de causar inveja a todos os demais bons Partidos que buscam a felicidade do povo. O PT que restou de moral tem um legado enorme e pode, sim, também reajustar suas fileiras e continuar alcançando o seu grande destino, que é o de ser um dos maiores Partidos políticos da América Latina. Concorda comigo, ex-Governador Olívio Dutra? Se o Renan mata uma parte do PMDB, José Dirceu, o quadrilheiro, faz o mesmo com um grande pedaço do Partido dos Trabalhadores. Nas ações de José Dirceu fica evidente o que ele pensava ou ainda pensa para o Brasil: uma ditadura disfarçada, com um poder paralelo ao Presidente Lula, que eu até acho que não sabia de nada mesmo da história, pois mais passa pensando que é o rei, dono da “cocada preta”. Lula é um deslumbrado, coitado. E coitado de nós junto com ele.

Todo filho que volta para casa sempre é bem-vindo. José Fogaça será recebido, sim, como um filho que volta para casa - se quiser voltar. Mas vamos parar com esse negócio de “vem, vem, vem; por favor, vem”. Eu fora disso. É filho da Casa, volta. É o que tenho a dizer na iminência da confirmação do retorno do meu particular amigo José Fogaça, de outras andanças em Comunicação, às fileiras do nosso PMDB. Será sempre bem-vindo. E vamos para peleia, vamos continuar em frente, porque não se pode parar. Seja bem-vindo José Fogaça, se confirmares, realmente, que vens.

Eu prometo que, na minha próxima intervenção neste plenário, falarei de uma outra quadrilha - quadrilha no bom sentido -, que é comandada pelo Delegado João. Na próxima, eu vou falar da Segurança desta Casa, que precisa ser olhada por um outro ângulo também. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Gostaria de fazer um informe rápido ao Plenário sobre a reunião que tivemos hoje pela manhã - a Mesa Diretora com o Secretário de Planejamento da Prefeitura Municipal, com o Sr. Prefeito Municipal, José Fogaça, com o Secretário Clóvis Magalhães, também com o Secretário Cezar Busatto -, dando conta da problemática que estamos enfrentando nesta Casa com a inadequada redação do Plano Diretor que chegou às nossas mãos, Ver. Haroldo de Souza. Num esforço da Mesa Diretora, solicitamos ao Sr. Prefeito que retirasse o Projeto para que ele fosse reavaliado e recolocado na Câmara Municipal.

Então, a Mesa Diretora entendeu de, hoje pela manhã, reunir-se com o Prefeito e com os Secretários para darmos conta dessa dificuldade que estamos enfrentando neste momento. Quero comunicar ao Plenário que ficou encaminhado, da reunião de hoje pela manhã, que, até a sexta-feira da semana que vem, portanto num prazo de sete dias, a Secretaria de Planejamento, a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, estará encaminhando para esta Casa uma Mensagem Retificativa sobre o Plano Diretor da cidade de Porto Alegre. Nesses sete dias de espera, Ver. João Antonio Dib, estamos suspendendo a tramitação do Projeto, uma vez que não há como se trabalhar em cima de uma peça com tantas dificuldades e tantos problemas detectados pelo nosso quadro técnico. Informo ao Plenário que, neste momento, estamos no aguardo da Mensagem Retificativa, que deverá ser entregue até sexta-feira da semana que vem a esta Casa. Muito obrigada.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 4484/07 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 020/07, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que altera o § 1º do art. 136 da Lei Complementar nº 395, de 26 de dezembro de 1996, e alterações posteriores, que institui o Código Municipal de Saúde do Município de Porto Alegre e dá outras providências, alterando o total de animais das espécies canina e felina na caracterização de canil ou gatil de propriedade privada.

 

PROC. Nº 6972/07 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 004/07, de autoria da Mesa Diretora, que inclui §§ 1º e 2º no art. 49 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre e revoga o art. 23 do Ato das Disposições Orgânicas Gerais e Transitórias da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, determinando a garantida, pelo Município, da manutenção da entidade de assistência à saúde, mediante a participação de seus servidores, e definindo a forma de composição da direção dessa entidade.

 

PROC. Nº 4281/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 125/07, de autoria da Verª Maria Luiza, que define percentuais de investimento em habitações populares, a serem observados na implementação de programas habitacionais provenientes de receitas deliberadas pelo Orçamento Participativo.

 

PROC. Nº 4301/07 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 023/07, de autoria da Verª Maria Luiza, que altera o “caput” do art. 4º da Lei Complementar nº 317, de 22 de março de 1994, alterada pela Lei Complementar nº 539, de 29 de dezembro de 2005, que disciplina a afixação de placas indicativas com nomes de logradouros, na zona urbana do Município, em imóveis localizados em esquinas, estabelecendo as dimensões dessas placas.

 

PROC. Nº 6322/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 186/07, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Argemiro Ogando Corrêa o logradouro formado pelos logradouros não-cadastrados, conhecidos como Rua B – Vila dos Sargentos – e Rua D – Vila dos Sargentos -, localizados no bairro Serraria. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

3ª SESSÃO

 

PROC. Nº 4284/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 128/07, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que altera a ementa e acrescenta parágrafo único ao art. 1º da Lei nº 7.497, de 21 de setembro de 1994, alterada pela Lei nº 8.867, de 28 de dezembro de 2001, que estabelece penalidades aos estabelecimentos comerciais que venderem ou servirem bebidas alcoólicas a crianças ou adolescentes menores de idade e dá outras providências, determinando que  o comerciante exija documento de comprovação da idade do consumidor, quando houver dúvida sobre a maioridade desse.

 

PROC. Nº 6819/07 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 009/07, que cria a Subunidade 02 na Unidade de Estruturação Urbana (UEU) 048 da Macrozona (MZ) 1, define Regime Urbanístico e dá outras providências.

 

PROC. Nº 6904/07 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 010/07, que dispõe sobre o Fundo Municipal de Desenvolvimento – FMD, institui o Conselho Gestor do FMD na forma da Lei Complementar nº 11.124, de 16 de junho de 2005, revoga a Lei Complementar nº 337, de 10 de janeiro de 1995, que cria o Conselho Municipal de Acesso à Terra e Habitação – COMATHAB, e dá outras providências.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Verª Maria Celeste, nossa Presidenta; quero cumprimentar V. Exª pela reunião com o Prefeito e pelo encaminhamento tomado; acho que temos aí a possibilidade de um Projeto em melhores condições para que possamos trabalhar e construir, um Plano Diretor que corrija os problemas que o atual tem.

Nesta discussão preliminar de Pauta, quero abordar rapidamente três Projetos. O primeiro, o PLCL nº 020/07, do Ver. Claudio Sebenelo, altera o §1º do art. 136 da Lei Complementar nº 395, de 26 de dezembro de 1996, que institui o Código Municipal de Saúde. Esse artigo se refere à definição do que seria um canil ou um gatil. Atualmente, o Código de Saúde define como sendo os estabelecimentos onde haja cinco animais no total das espécies canina e felina, com idade superior a 90 dias. O Ver. Sebenelo propõe que, em vez de cinco, passe a ser considerado, como estabelecimento a ser definido, o número de oito animais, sejam gatos ou cachorros.

É sabido que hoje é muito grande o número de famílias ou de pessoas - há pessoas que moram sozinhas - que possuem animais de estimação, principalmente destas duas espécies, gatos e cachorros. E muitas vezes não possuem apenas um, muitas pessoas têm dois, três, quatro ou cinco animais, às vezes até mais. Eu conheço uma casa, perto do bairro onde moro, que, com certeza, tem não menos que vinte gatos. Portanto, essa é uma realidade. E também é verdade - uma polêmica que o Projeto do Ver. Sebenelo traz - que, muitas vezes, há queixas dos vizinhos com relação ao cheiro, aos latidos, quanto a maus-tratos a esses animais. Portanto, é um bom debate, mas, neste primeiro momento, não tenho uma posição definitiva sobre o Projeto.

Depois, temos o PLL nº 125/07, da Verª Maria Luiza, que pretende estabelecer percentuais de investimento em habitações populares a serem observados na implementação de programas habitacionais provenientes de receitas deliberadas pelo Orçamento Participativo. Então, faz a seguinte distribuição: “Art. 1º [...] I - 2% (dois por cento) para moradores de locais de risco, conforme laudo de risco emitido pela Defesa Civil do Município; II - 5% (cinco por cento) para agentes da segurança pública, policiais militares e policiais civis; III - 3% (três por cento) para pessoas da terceira idade; IV - 5% (cinco por cento) para funcionários públicos municipais; V - 3% (três por cento) para moradores que vivem em situação de vulnerabilidade social, conforme laudo social emitido pela Fundação de Assistência Social e Cidadania, a FASC; VI - 2% (dois por cento) para portadores de deficiência física ou com mobilidade reduzida”. Somando tudo, nós temos aqui 20% com essa distribuição. Eu não entendi bem se é em cima daquilo que foi definido em vários percentuais, ou é um percentual do Orçamento do Município. Então gostaria de ter depois um esclarecimento por parte da Vereadora. Mas são dois assuntos interessantes.

Eu tenho experiência, como Secretário no âmbito do Executivo Municipal, de que há sempre reivindicações das pessoas que militam na área da Habitação no sentido de estabelecer no Orçamento percentual já dentro do Orçamento. Da mesma forma, tendo uma Lei Orgânica para Educação e para a Saúde, então algumas pessoas querem colocar um percentual para Habitação do Orçamento como um todo. Da mesma forma, Ver. João Antonio Dib, que outras pessoas que militam na área da Assistência Social acham que é importante, pelo trabalho que fazem, que haja também um percentual definido na área da Assistência Social. É um debate, porque senão não há nenhuma discussão a ser feita pela comunidade, se nós tivermos os percentuais amarrados em todas essas tarefas, porque são importantes todas elas, mas tira a liberdade de um debate através de um processo como o Orçamento Participativo. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, leis, leis e mais leis, hoje cinco! Serão necessárias? É bom fazer um exame de cada uma delas.

A primeira propõe alteração no Código Municipal de Saúde do Município, fazendo com que, em vez do limite de cinco animais, passemos a oito. O Código de Saúde do Município diz que “a criação, o alojamento e a manutenção de mais de cinco animais no total, das espécies canina e felina, com idade superior a noventa dias, caracterizará o canil ou o gatil de propriedade privada”. Bom, essa definição não agrada a algumas pessoas, porque não vem proporcionando uma relação adequada entre os porto-alegrenses e seus animais domésticos. É que o funcionamento desses locais fica condicionado à vistoria, à expedição de alvará e à existência de médico veterinário responsável. Por isso, os que querem manter um número maior de cães e gatos nos seus imóveis encontram dificuldades em razão da fatigante burocracia à que ficam submetidos. As exigências legais, especialmente limitador, no mérito, desestimulam a adoção de animais abandonados. Eu queria perguntar o que pensa o vizinho de uma propriedade que tem cinco cães. Gostaria de saber o que ele pensa, se nós precisamos de lei.

Outro Projeto de Lei é uma Emenda à Lei Orgânica de autoria da Mesa Diretora que pretende abrir caminho para que os municipários possam discutir a criação de um instituto para cuidar da saúde dos municipários e seus familiares. Vale, sim, ser estudado, vai encontrar dificuldades, mas, se não encontrasse dificuldades, não teria por que lutar. Então vamos lutar para ver se chegamos lá.

O outro Projeto de Lei define percentuais de investimentos em habitação popular a serem observados na implementação de programas habitacionais provenientes de receita deliberada pelo Orçamento Participativo. Até 1792, a Câmara Municipal dizia o que aconteceria na Cidade, mas agora mudou. Agora o Prefeito é que define os seus programas de Governo e como ele vai fazer a utilização dos recursos através do Orçamento que esta Casa aprova. Não há por que dizer “O senhor deve fazer isso aí”. Claro que, na Lei Orgânica, nós temos que ele tem de aplicar 13% na Saúde, 30% na Educação, mas isso é porque estamos fazendo com simetria à Constituição Federal. Então não estamos inovando, apenas estamos repetindo a Constituição Federal.

O outro Projeto de Lei altera uma Lei Complementar que disciplina a fixação de placas indicativas com o nome de logradouros da Zona Urbana do Município em imóveis localizados em esquinas, estabelecendo as dimensões dessas placas. Há uma coisa que se chama direito consuetudinário, ou seja, os costumes tornam-se leis. A própria autoria do Projeto informa que já são feitas as placas do tamanho que pretende, portanto apenas vai oficializar. Ora, o que está funcionando bem não há por que se fazer lei em cima. Acho desnecessário, sem dúvida nenhuma. Por isso que, já em 1830, o Governador Caetano Maria Lopes Gama, Governador da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, dizia: “Chega de leis, as que existem são suficientes, basta que sejam cumpridas”. Nós deveríamos lutar para fazer com que os logradouros fossem identificados, e não estabelecer tamanho de placa por lei, já que reconhecemos que o tamanho que vem sendo feito é o correto.

E o quinto Projeto é uma denominação de logradouro, e acho que está absolutamente correto; o Executivo até deveria selecionar 200 ou 300 ruas que ainda não foram denominadas e, em um único Projeto, encaminhar para Casa para que fosse feita a denominação, porque não são somente 200 ou 300 ruas que ainda devem ser denominadas. E é preciso que não só sejam denominadas, mas que as placas sejam colocadas para que a nossa população possa identificar as ruas e até, de repente, saber um pouco da história do homenageado, porque sempre tem uma frase dizendo a razão da homenagem.

Esses são os cinco Projetos do dia de hoje. Eu estava muito contente, porque não tinha nenhum em 1ª Sessão. Portanto, em 3ª Sessão há mais três, que não serão analisados, porque já foram analisados. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Srª Presidenta, na pessoa de V. Exª cumprimento os demais Srs. Vereadores, Sras Vereadoras e, em especial, o meu querido amigo DJ Cássia, que hoje substitui o titular Dr. Goulart. Público das galerias, da TVCâmara, senhoras, senhores, venho a esta tribuna hoje, no período de Pauta, tecer alguns comentários a respeito de Projetos que tramitam em 1ª e 3ª Sessões.

Inicialmente gostaria de me pronunciar com relação ao PLCL n° 020/07, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que institui o Código Municipal de Saúde do Município e dá outras providencias, alterando o total de animais das espécies canina e felina na caracterização de canil ou gatil de propriedade privada. Quero aqui acompanhar o raciocínio do Ver. Dib e dizer que realmente existe um grande movimento que se organiza na Cidade no sentido de que tenhamos mais cuidados e que possamos voltar o nosso olhar para a questão animal. Inclusive, sou colega do Ver. Sebenelo na Comissão de Saúde e Meio Ambiente, e ele tem coordenado um Fórum de debates, tem tratado desse tema com muita propriedade. Eu acredito que é importante termos, através de iniciativas do Legislativo, projetos de lei que tragam para a pauta e para o debate questões e temáticas polêmicas, como essa polêmica dos animais. Tenho a impressão de que, com essa idéia de passar o número de animais para oito, nós estaremos trabalhando no sentido de pelo menos diminuir o número de animais na rua, ou diminuir o número de animais que terão que ser sacrificados. Acredito que a iniciativa de V. Exª é meritória.

O PLL nº 125/07, que tramita em 1ª Sessão de Pauta, é de autoria da Verª Maria Luiza e define percentuais de investimento em habitações populares a serem observados na implementação de programas habitacionais provenientes de receitas deliberadas pelo Orçamento Participativo. Eu quero, Verª Maria Luiza, cumprimentá-la por essa iniciativa, porque - pela minha formação, sou advogado, mas também sou corretor de imóveis - entendo que a questão da Habitação é um tema relevante, de fundamental importância e tem que ser abordado com muita responsabilidade. Nós sabemos que ainda um sem-número de famílias em Porto Alegre não têm um teto para morar, e todos os esforços que puderem ser concentrados no sentido de que se estabeleçam prioridades nas políticas públicas do Governo que digam respeito a rubricas e investimentos na área da Habitação devem ser feitos e devem ter o apoio desta Casa.

Quero dizer que, realmente, o Orçamento Participativo tem se demonstrado uma ferramenta importante de alternativa e de priorização de investimentos na nossa Cidade ao longo dos últimos anos, ele já foi instituído, praticamente é uma conquista da Cidade iniciada no último Governo, tenho certeza de que é uma conquista da Cidade que está sendo preservada. E, através de Projetos como este, da Verª Maria Luiza, podem estar sendo implementados e aperfeiçoados os investimentos.

Quero também tecer comentários, nesse período de Pauta, ao PLCL nº 023/07, também de autoria da Verª Maria Luiza, que diz respeito às placas indicativas nas ruas. Parece-nos que, realmente, ainda muitos logradouros não estão identificados, muitos logradouros, Ver. João Dib, Verª Margarete Moraes... Parece-me que a Vereadora prioriza principalmente as esquinas, onde há o encontro de duas ruas, talvez ali nós pudéssemos ter pelo menos uma identificação, e já se estaria, através de uma sistemática, de um investimento único, dando nome a dois logradouros. Acho que é oportuno que se estabeleça uma prática de resultado no que diz respeito ao avanço dessa questão. Inclusive, se não me engano, o Ver. João Dib determinou este como se fosse o ano da identificação dos logradouros. Vejo que essa é uma preocupação da Casa, que já se expressa na manifestação de outros Vereadores. Realmente, nós temos que começar, na prática, a dar solução a esse problema, porque as pessoas, às vezes, procuram uma rua, mas não encontram, vão passando por quadras e mais quadras sem que haja uma identificação. Nós precisamos traçar, através do debate nesta Casa, através de um Projeto de Lei, uma alternativa a essa dificuldade que se encontra na nossa Capital.

Por fim, em 3ª Sessão, há o PLL nº 128/07, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que estabelece penalidades aos estabelecimentos comerciais que venderem ou servirem bebidas alcoólicas a crianças ou a adolescentes menores de idade e dá outras providências, determinando que o comerciante exija documento de comprovação da idade do consumidor, quando houver dúvida sobre a maioridade. O problema do álcool é um problema gravíssimo que assola um percentual expressivo da sociedade brasileira, da sociedade gaúcha, da sociedade porto-alegrense, e nós temos que, através dessas oportunidades, enfrentar esse debate. Hoje a televisão inclusive afronta, ela vem com aquelas propagandas com atores de novela, atrizes, pessoas bonitas vinculadas ao álcool, e nós temos que combater essa prática de alguma forma. Que bom que o Vereador traz para o debate, através deste Projeto, esse assunto, para que possamos enfrentar essa dificuldade que é o álcool, e que, desde cedo, possamos afastar do público jovem esse tipo de prática, que é o consumo da bebida alcoólica. Meus cumprimentos pela iniciativa, Vereador.

Essas são as minhas reflexões na tarde de hoje, neste período de Pauta, Srª Presidenta. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Caríssima Presidenta, Verª Maria Celeste; ilustres Vereadores, eu vim à tribuna para justificar um Projeto que se refere ao aumento do número de animais - cães e gatos -, à definição de gatil e canil. Este Projeto não é meu; ele veio de um debate de quase três anos no Fórum, onde nós temos alguns eventos extremamente complexos e difíceis de serem solucionados na Cidade com relação à política de proteção aos animais. Acho que o Vereador que se preocupar com a criança, com o idoso e com os animais estará, pelo menos, se preocupando com as partes mais indefesas da sociedade.

O primeiro aspecto é a inexistência de uma política de proteção ao animal. Nas questões do Centro de Controle de Zoonoses - para onde vão gatos e cachorros -, nós vemos uma inversão completa dos princípios que geram o progresso, a tecnologia, porque lá temos a estatística de uma mortandade e da prática de eutanásia muito grande de animais. Por outro lado, o número de esterilizações é muito pequeno em relação às necessidades das demandas na Cidade. Queríamos que isso se invertesse, que se fizesse um grande número de esterilizações, que se controlasse a população de gatos e cachorros na cidade de Porto Alegre, evitando, dessa forma, a propagação de zoonoses, e, principalmente, que não se fizesse da eutanásia desses animais uma política de controle demográfico de cães e gatos; esse é o primeiro aspecto.

O segundo é que, fatalmente, nós não vamos tratar desses animais começando por uma lei que faculta ao Município multar as pessoas que têm seis, sete, oito, nove, dez animais. Então, haveria um espaço maior de proteção ao animal; o barulho que fazem cinco, que fazem seis, sete, oito animais é praticamente o mesmo, e, principalmente, nós teríamos uma proteção maior dos animais e uma diminuição da execução desses animais no Centro de Controle de Zoonoses, ou de outras formas de execução. Encontramos, com extrema freqüência, na Cidade de Porto Alegre o uso de estricnina, de raticidas e de pesticidas, inclusive atitudes traumáticas em relação a animais, quando matam esses animais. E, com isso, nós daríamos uma proteção maior a esses animais.

Depois de um debate muito grande, o Fórum de Proteção aos Animais, que tem sede nesta Casa, sugeriu que algum Vereador entrasse com um pedido de aumento da lei, tornando-a mais elástica, menos punitiva e um pouco mais condescendente com os nossos animais, já que hoje em dia não se justifica a matança de animais, quando nós temos uma ciência chamada Veterinária, que cresce paralelamente à Medicina, tanto na química fina quanto em novos medicamentos injetáveis, novas atitudes e descobertas cirúrgicas, que fazem com que esses animais tenham uma qualidade de vida melhor, tenham uma sanidade maior e tenham um papel cada vez menor no risco de contágio e disseminação das zoonoses e de outras doenças epidêmicas que podem partir de animais. Por isso foi feita essa lei, e eu peço a todos os Vereadores que tenham essa consciência, Ver. Guilherme Barbosa, de que nós precisamos aumentar nessa definição, porque um número maior de pessoas vai adotar um número maior de animais. Conseqüentemente, eles vão ser muito mais protegidos. A visão unilateral do animal é uma visão prevista na Constituição, de que os mais fortes devem proteger os mais fracos. Esse é o espírito da lei, assim como acontece no trânsito. Muito obrigado pela atenção. Muito obrigado, Srª Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Newton Braga está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. NEWTON BRAGA ROSA: Srª Presidenta, prezados colegas Vereadores, eu gostaria de falar de um único tópico que consta da nossa Pauta, que é a votação de um Projeto referente à restrição da venda de bebidas alcoólicas para menores. Esta Casa está discutindo esse tema em dois Projetos diferentes, com abordagens diferentes. Um dos Projetos já passou pela Comissão de Constituição e Justiça e diz respeito à Lei Seca, que é a proibição irrestrita de vendas de bebidas alcoólicas após a meia-noite. O Projeto objeto da Pauta de hoje também trata da venda de bebidas, com enfoque diferente. Ele simplesmente restringe a venda de bebidas para menores.

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Newton Braga Rosa, eu também sou contra a venda bebida para menores. O estabelecimento que fizer isso deve ser fechado. Mas também sou contra o Projeto que proíbe, sexta e sábado, a partir das 24h, a bebida alcoólica. Então, que se corte na fonte, que se proíba a fabricação, porque esse cidadão que tem o seu comércio...

 

O SR. NEWTON BRAGA ROSA: Vossa Excelência, com o devido respeito, não acha que é meio radical proibir a fabricação de bebida alcoólica no Brasil? Os Estados Unidos experimentaram, na década de 30, e tiveram resultados nefastos.

 

O Sr. Alceu Brasinha: Ver. Newton, não sou eu. Eu estou falando do Projeto do Ver. Claudio Sebenelo que proíbe a venda de bebidas alcoólicas sexta e sábado a partir das 24h. Eu acho um absurdo, porque esses bares, restaurantes e hotéis geram emprego, e muito emprego. Se não querem que consumam, então cortem na fonte. Eu acho que teria que ser assim. Obrigado, Vereador.

 

O Sr. Márcio Bins Ely: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Newton, quero cumprimentar V. Exª por estar abordando esse tema que diz respeito ao álcool. Como Vereador mais jovem desta Casa, tenho essa preocupação também, porque sabemos tudo o que representa o álcool, sabemos da dependência que ele pode gerar e o prejuízo que pode trazer para uma família, para um ambiente familiar. Mas também quero destacar que o Projeto pontua fundamentalmente a exigência de identidade para a comprovação da idade, e aí temos que nos somar.

 

O SR. NEWTON BRAGA ROSA: Muito obrigado, Ver. Márcio Bins Ely.

Ou seja, o Ver. Claudio Sebenelo, preocupado com o tema, tem dois Projetos - só explicando a esta Casa: um deles não está na Pauta, que é o Projeto que proíbe venda após a meia-noite, e sobre esse existe uma bela discussão e há muita gente contra e a favor. O Projeto atual me parece muito pertinente.

 

O Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Seria só no sábado e domingo, da meia-noite às seis horas. Não está proibida a abertura de nenhum estabelecimento, não tira o emprego de ninguém; apenas no horário de pico, do número maior de assassinatos e de mortalidade e morbidade, inclusive no trânsito, é que queremos diminuir. Esse Projeto não está sozinho, ele vem num pacote com trinta e tantas outras iniciativas da Secretaria da Segurança. Não é com esse Projeto que queremos resolver o problema, mas alguma coisa tem que ser feita para diminuir a mortalidade constrangedora que a Secretaria da Segurança enfrenta.

 

O SR. NEWTON BRAGA ROSA: Agradeço seu pronunciamento.

Fica aqui o meu registro de que entendo que o Projeto em discussão é pertinente no sentido de exigir identidade para a venda de bebidas alcoólicas, para evitar que ela seja consumida por menores de idade. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Solicito a abertura do painel eletrônico para verificação de quórum, para entrarmos na Ordem do Dia. (Pausa.) (Após a apuração eletrônica.) Mesmo com a presença da Verª Clênia, há apenas 17 Vereadores presentes. Não há quórum para continuarmos a presente Sessão.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu acho que V. Exª deveria aguardar mais alguns segundos, nós estamos em um minuto e quarenta e dois. Acho que podemos deixar mais uns dois ou três minutos, sem problema nenhum, porque os Vereadores estão chegando agora, e é importante que eles sejam...

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Lamento, Ver. João Antonio Dib, não há quórum. Consulto às Lideranças, para que possamos construir uma alternativa para essa questão.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão. Convocamos os Srs. Vereadores para uma Sessão Extraordinária logo a seguir.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h01min.)

 

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